Gata em Telhado de Zinco Quente
- Direção: Eduardo Tolentino
- Duração: 140 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Renata Magalhães
Bárbara Paz entra para o rol de atrizes que encarnaram a icônica Maggie, criada pelo autor americano Tennesse Williams (1911-1983) em 1955. A lista inclui Elizabeth Taylor e, em palcos brasileiros, Cacilda Becker, Thereza Rachel e Vera Fischer. Estrela da montagem de Gata em Telhado de Zinco Quente em cartaz no CCBB, a caçula dessa turma ilustre desdobra-se no papel da mulher sonhadora e sofrida, alvo do desdém do marido alcoólatra Brick (Augusto Zacchi). Além da entrega, Bárbara exibe um “tom acima” na interpretação. Essa sua característica, somada à sucessão de cenas longas, sem descanso, conduz a montagem do Grupo Tapa, sob a direção de Eduardo Tolentino, por caminho perigoso. Na pele do intratável patriarca da família Pollitt, que, à beira da morte, recebe os parentes para comemorar seu 65º aniversário, Zécarlos Machado bota a sessão nos trilhos. Seu personagem maltrata os mais próximos, desfia impropérios e não disfarça o machismo, mas, mesmo assim, devolve o bom ritmo à narrativa e diverte a plateia em meio às questões duras sobre homossexualidade, ganância e pressões sociais que fizeram da peça um clássico.