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Mineirinho faz bonito em Saquarema

Campeão mundial em 2015 (um ano depois de Gabriel Medina), ele embolsa um prêmio de 100 000 dólares e mantém em alta o prestígio dos brasileiros no surfe

Por Pedro Tinoco
Atualizado em 20 Maio 2017, 00h00 - Publicado em 20 Maio 2017, 00h00
O campeão voltou: a conquista em casa levou Adriano de Souza ao segundo lugar no ranking (Guito Moreto/Agência O Globo)
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Criado na favela Santo Antônio, no Guarujá, litoral paulista, o garoto era louco por fliperama e videogame. Tão louco que surrupiava todas as moedinhas ao seu alcance para bancar as partidas. O mau hábito rendeu pelo menos uma surra do irmão mais velho, Ângelo, preocupado em afastar o caçula de delinquências mais graves. Depois, o primogênito teve ideia melhor: passou a levar o irmãozinho para pegar onda e propiciou o início da carreira de um astro do esporte. Essa é uma das saborosas narrativas do livro Como Se Tornar um Campeão (Editora Intrínseca), recém-lançado e escrito pela jornalista Márcia Vieira, sobre a trajetória de Adriano de Souza, 30 anos, vencedor do mundial de surfe em 2015. Mais conhecido como Mineirinho, o craque acaba de escrever um novo capítulo de sua espinhosa mas bem-sucedida atuação. Na quarta-feira 17, ele conquistou a etapa brasileira do Mundial 2017, realizada em Saquarema, vencendo todas as baterias até chegar à final. No caminho, bateu a surpresa do torneio, o catarinense Yago Dora, 21 anos, que havia eliminado os campeões mundiais John John Florence, Gabriel Medina e Mick Fanning. Na decisão, Adriano superou o australiano Adrian Buchan por margem apertada de pontos — 17,63 a 17,23 — e embolsou 100 000 dólares. Está em segundo lugar no ranking mundial, ao lado do sul-africano Jordy Smith e do australiano Owen Wright. John John Florence lidera o campeonato. A vitória em uma cidade que faz parte da história do surfe no Brasil foi muito comemorada na areia e na água. O campeão improvisou uma volta olímpica de jet ski, empunhando a bandeira nacional, e desembarcou carregado por amigos e torcedores. Razões para festa não faltam: a brazilian storm (“tempestade brasileira”), expressão usada para definir uma geração de ouro do surfe nacional, segue firme e forte.

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