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Milícias controlam ruas de mais de 20% dos bairros do Grande Rio

É o que revela pesquisa da Universidade Federal Fluminense

Por Agência Brasil
Atualizado em 19 out 2020, 16h56 - Publicado em 19 out 2020, 16h55
Reunião de casas coloridas em cima de um morro
Comunidades: estudo mostra que milícia e tráfico atuam de forma cada vez mais semelhante. (Istock/Getty Images)
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As milícias estão presentes em mais de um quinto dos bairros do Grande Rio. A constatação é de pesquisa do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Disque-Denúncia e as plataformas Fogo Cruzado e Pista News.

As milícias são grupos armados ilegais, que vêm ganhando terreno no estado do Rio de Janeiro, através da extorsão a moradores e a comerciantes e do controle de serviços clandestinos como transporte alternativo, TV a cabo e venda de gás de botijão.

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De acordo com o estudo, as milícias controlam todas as comunidades em 21,8% dos bairros da região metropolitana.

Elas têm uma atuação diferente das facções de tráfico de drogas e seu controle muitas vezes extrapola as áreas das favelas. O transporte alternativo controlado pelas milícias, por exemplo, circula pelas ruas do bairro. Por isso, é difícil precisar a influência dessas quadrilhas armadas em suas áreas de atuação.

Tráfico de drogas

Já no caso do tráfico de drogas, esse controle é mais restrito aos territórios das comunidades carentes ou às favelas transformadas em bairros (como a Rocinha). “Nas milícias, a gente vê um domínio espalhado mais pelo bairro inteiro, enquanto no tráfico a gente vê um controle mais restrito ao polígono das comunidades”, afirmou a pesquisadora Maria Isabel Couto.

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Segundo o estudo, em muitos bairros, uma facção de tráfico de drogas específica possui o controle total das favelas localizadas naquela área. O Comando Vermelho, por exemplo, controla todas as comunidades de 23,7% dos bairros do Grande Rio.

“Chama atenção a presença forte das milícias nos bairros da região metropolitana. O Comando Vermelho ainda aparece como facção dominante, mas a milícia aparece logo atrás. A gente falava como um fenômeno carioca, mas ela é agora um fenômeno fluminense. A população nas áreas de comando de milícia também é muito maior”, disse a pesquisadora.

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O Terceiro Comando controla todas as favelas de 3% dos bairros. Já a Amigos dos Amigos têm o controle hegemônico das comunidades de 0,3% dos bairros.

Em 18,1% dos bairros da região metropolitana, os controles das comunidades ou mesmo de ruas fora das favelas é dividido entre mais de uma facção. Em 33,1% dos bairros não houve denúncias de controle por parte de qualquer facção.

Atuação no Rio

Na cidade do Rio, a presença das facções é ainda maior. As milícias controlam todas as comunidades de 25,5% dos bairros.

Em seguida, aparecem o Comando Vermelho (24,2%), Terceiro Comando (8,1%) e Amigos dos Amigos (1,9%). Em 32,3% dos bairros há a presença de mais de uma facção. E em apenas 8,1% dos bairros não foi constatada a presença de facções.

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Os dados se referem a informações obtidas em 2019 pelos pesquisadores. A ideia é ampliar a pesquisa e fazer atualizações dessas informações.

 

 

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