
O pequeno Arthur Carvalho veio ao mundo sem chorar ? e, na verdade, sem nem mesmo respirar. Nascido de uma cesariana de emergência em agosto de 2006 aos seis meses de gestação, media míseros 23 centímetros e pesava 385 gramas. Com um décimo do peso considerado normal, cravou um recorde: era a menor criança nascida viva no Brasil (a marca foi superada em 2012 por Carolina Terzis, que nasceu em Belo Horizonte com 360 gramas). Terminado o parto, o bebê foi imediatamente encaminhado ao neonatologista Jofre Cabral. Ao ver a criança, ele perguntou ao obstetra Paulo Gallo: ?Meu Deus, e agora??. A resposta: ?Agora só você pode salvar essa criança?.
Por quatro meses e três dias, a equipe de Jofre cuidou de Arthur, naquilo que foi considerado quase um milagre da medicina. Hoje com 7 anos, Arthur leva uma vida normal no Méier, onde mora com os pais, Ana Paula e Paulo Carvalho. A tensão daquele duro período vivido na UTI pediátrica hoje faz parte do passado. ?Foi um stress enorme, e chegamos a ponto de deixar claro para nós que, se na Perinatal éramos os pais de Arthur, fora de lá continuávamos a ter nossa vida?, recorda o pai. Como uma espécie de emblema da grande vitória alcançada, uma pequena tatuagem na panturrilha de Ana Paula testemunha a fragilidade do menino: ali está estampada a marca do pezinho dele, de 3,7 centímetros ao nascer.