Megastore de Copacabana com a marca olímpica já é um sucesso
Com vários itens inspirados no estilo de vida do carioca, produtos licenciados para os Jogos fazem sucesso entre turistas e os próprios cariocas
Nos bastidores da organização dos Jogos Olímpicos, a divisão capitaneada por Sylmara Multini é celebrada como exemplo de sucesso. Enquanto seus pares se desdobram para resolver problemas e sobressaltos de última hora, como o vexatório episódio da falta de estrutura da Vila dos Atletas, a executiva, que já trabalhou em empresas como Mattel, Warner Bros. e Disney, coleciona motivos para comemorar. Diretora da área de licenciamento e varejo do Comitê Rio 2016, Sylmara comanda uma operação de números parrudos e que seguem na contramão da crise econômica que assola o país. Inaugurada no início de julho, a primeira megastore com produtos licenciados da Olimpíada, na Praia de Copacabana, está vendendo três vezes mais que o esperado. E, faltando duas semanas para a festa de abertura, no Maracanã, as unidades que comercializam parte dos 5 000 produtos que exibem a marca do evento registraram aumento de 15% nas vendas. Ao todo, serão 132 lojas oficiais (90% delas divididas entre o Rio e as cidades-sede das partidas de futebol) e 40 000 pontos de venda espalhados pelo país. Além da unidade da Avenida Atlântica, duas megastores funcionarão durante as competições, uma na Vila dos Atletas e a outra, a maior delas, com 4 200 metros quadrados, no Parque Olímpico. Nas arenas esportivas haverá estandes que venderão produtos exclusivos ligados às competições sediadas em cada uma delas. A expectativa é que a marca olímpica movimente 1 bilhão de reais — a organização receberá de 10% a 12% de royalties. “Estamos muito confiantes com esses primeiros resultados. É um tipo de venda que mexe com entusiasmo e emoção e pode surpreender”, diz Sylmara, esbanjando otimismo.
Quem entrar em uma das lojas da Rio 2016 em busca de chaveiros, bonecos e canecas, os suvenires clássicos desse tipo de evento, não se decepcionará com a oferta. Entretanto, há muito mais a ser explorado entre as prateleiras. A ideia é que o visitante que vem ao Rio — cerca de 1 milhão de turistas são esperados durante as competições — possa levar para casa lembranças que remetam ao estilo de vida carioca. Pela primeira vez em uma Olimpíada são disponibilizados biquínis, cangas, chinelos e cadeiras de praia, por exemplo. E, antes mesmo de a pira olímpica brilhar, esses itens se mostraram um sucesso: só de Havaianas temáticas, até agora, já foram vendidos 3 milhões dos 4,5 milhões de pares esperados até o fim dos Jogos. No topo da lista (veja o quadro ao lado) estão as mascotes Tom e Vinicius, que devem representar entre 15% e 20% do faturamento total. A gama de produtos foi pensada para atingir os mais variados públicos e vai de camisetas, broches e bonés, passando por brinquedos, vinhos, artigos de papelaria e casa, a repelentes. O preço mínimo é de 15 reais (um baralho) e chega a 9 560 reais (medalha de ouro comemorativa). Para marcar o acontecimento, também estão em circulação 320 milhões de moedas com motivos olímpicos — um recorde entre os países que sediaram o evento. São dezesseis modelos, todos de 1 real. “Nossa intenção não foi atingir só a quem tem ingresso para as provas, mas engajar a população”, explica a diretora de licenciamento.
Como aconteceu nos Jogos de Inverno de Vancouver (2010) e de Sochi (2014) e na Olimpíada de Londres, os torcedores terão a chance de levar para casa os artigos que fizeram história nas arenas, pistas e quadras da cidade. Quase tudo o que será usado nas competições, como bolas, redes e uniformes, irá a leilão no site dos Jogos Olímpicos. Na capital inglesa, por exemplo, a súmula de uma das provas vencidas pelo nadador americano Michael Phelps, o maior medalhista olímpico de todos os tempos, atingiu o valor de 3 000 libras. E as bolinhas de tênis da partida entre o suíço Roger Federer e o britânico Andy Murray em Wimbledon bateram as 1 000 libras. Para os colecionadores ou aqueles que desejam ter apenas uma recordação da Olimpíada no Rio, não faltarão opções. “Quem é que não quer levar uma lembrança da Olimpíada no Rio?”, perguntava o francês Cédric Forgeau, 39 anos, acompanhado do filho Armant, 5, em visita à megastore de Copacabana, na semana passada.