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‘A maior corrente humana’: a megapintura que coloriu Copacabana

Rio é uma das 30 cidades dos cinco continentes em que artista francês Saype faz intervenção do projeto Beyond Walls, pintando mãos entrelaçadas

Por Da Redação
Atualizado em 21 jul 2022, 10h00 - Publicado em 20 jul 2022, 14h37
Copacabana entra para a ‘maior corrente humana do mundo’ com megapintura
Mãos entrelaçadas: pintadas com tinta biodegradável que já se apagou, as areias do Posto 2 integram projeto Beyond Walls. (Saype/Reprodução)
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As areias da Praia de Copacabana se tornaram um elo da “maior corrente humana do mundo”, como o artista francês Guillaume Legros, o Saype — uma contração de Say Peace [diga paz, em tradução livre] define o Beyond Walls, projeto que criou com o objetivo de unir 30 cidades nos cinco continentes por meio de megapinturas de mãos entrelaçadas no chão. A cidade é a 15ª etapa do projeto, e recebeu também outro par de mãos no Morro do Zinco, no Estácio, onde Saype jogou futebol com moradores. Ao ficarem prontas, as pinturas são tão grandes que só podem ser vistas do alto. Mas os dois registros, assim como os anteriores, só são accessíveis em fotos: como as tintas que Saype usa são biodegradáveis, à base de carvão vegetal e giz, elas se esvaem rapidamente.

Dando as mãos: Saype trabalhou em Copacabana na semana passada.
Dando as mãos: Saype trabalhou em Copacabana na semana passada. (Saype/Reprodução)

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“A ideia é de que as obras seriam efêmeras que vem do budismo: a obra fica na memória, mas não no solo. E isso me dava possibilidades infinitas. Mas para ter sentido, eu precisaria encontrar, obrigatoriamente, uma maneira ecorresponsável de fazer isso, então passei um ano pesquisando uma receita de tinta, que está em evolução desde 2012″, contou ao G1 o artista, que desenhou os elos cariocas da corrente na semana passada. Além de pesquisas ambientais com os pigmentos que são usados, há estudos de solo, fauna e flora antes de pintar, durante e até três anos depois, para se ter uma imagem do impacto ambiental nos locais que receberam a intervenção. Os pigmentos são enviados várias vezes para análises na França e em Miami.

Saype no Morro do Zinco Foto Saype
Morro do Zinco: artista francês também incluiu o local no projeto. (Saype/Reprodução)
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O objetivo dessa volta ao mundo em 30 cidades é gerar um movimento social de bondade e solidariedade e mostrar que os grandes desafios sociais e ambientais dependem de uma ação conjunta – representada pela imagem das mãos entrelaçadas.  Mas a pintura nunca é a mesma. “Acredito que o artista tem uma grande responsabilidade. Temos grande visibilidade, e é importante se mobilizar sobre as questões de sustentabilidade. E há um forte aspecto social no meu trabalho. Sempre que falamos de sustentabilidade, tem também o social e a economia, que são os três pilares do desenvolvimento sustentável”, disse Saype.

Artista autodidata, conhecido como pioneiro de um movimento que une street art e land art, Saype foi considerado pela Forbes europeia como um dos jovens mais influentes na área cultural no mundo em 2019. Ele tem mais de 50 pinturas exibidas em vários pontos do mundo, incluindo uma na sede da ONU, em Nova Iorque, e outra no Champ de Mars, em Paris, além de ter participado da Bienal de Veneza. Também foi o único artista franco-suíço a participar das comemorações da Queda do Muro de Berlim, em 2019.

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Conheça as etapas anteriores do Beyond Walls:

Paris, França
Andorra
Genebra, Suíça
Berlim, Alemanha
Ouagadougou, Burkina Faso
Iamussucro, Costa do Marfim
Turim, Itália
Istambul, Turquia
Cidade do Cabo, África do Sul
Uidá, Benin
Dubai, Emirados Árabes
Local secreto
Veneza, Itália
Belfast, Irlanda do Norte
Rio de Janeiro
Brumadinho, Minas Gerais

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