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Caso Marielle: Rivaldo Barbosa afirma que nunca falou com os irmãos Brazão

Ex-chefe de polícia negou ter agido para dificultar investigações e disse ter dado as senhas de seus aparelhos eletrônicos para que fato seja apurado

Por Da Redação
16 jul 2024, 12h43
Rivaldo Barbosa depôs por videoconferencia. foto de
Rivaldo Barbosa: 'Lutei por anos contra estas forças e hoje estou aqui, prestando depoimento, preso em uma penitenciária federal'. (Bruno Spada/Câmara dos Deputados/Divulgação)
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Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Rivaldo Barbosa, afirmou nesta segunda (15) que nunca falou com os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. Ele, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão e o deputado federal Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ) são réus no Supremo Tribunal Federal (STF) pela suspeita de terem planejado o assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido em 2018. Rivaldo reiterou que os irmãos Brazão vinham sendo investigados pela corporação e acrescentou que deu as senhas dos seus aparelhos eletrônicos para que o fato seja apurado.

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“Nunca tive contato com essas pessoas, jamais tive qualquer contato com os irmãos Brazão. A milícia é um câncer que faz com que mortes aconteçam. Lutei por anos contra estas forças e hoje estou aqui, prestando depoimento, preso em uma penitenciária federal. Eu concedi as minhas senhas de celular e computador na maior boa vontade, quando fui preso, para que investiguem e vejam que nunca falei com os Brazão. Tudo o que fiz, enquanto chefe de polícia, foi indicar o delegado Giniton Lages, que conduziu as investigações sobre a morte da Marielle e chegou ao Ronnie Lessa, autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson. Giniton é um dos mais bem preparados para isto. Ele que pode responder melhor sobre detalhes da investigação”, disse o delegado, que prestou depoimento por ser testemunha de Chiquinho, alvo de processo de cassação na Casa Legislativa também por conta da acusação de ser mandante do assassinato da vereadora.

Em sua defesa, o delegado também disse que tinha bom relacionamento com Marielle, com quem sempre estava em contato, por ela trabalhar com o então deputado Marcelo Freixo, que presidia a Comissão de Direitos Humano da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj): “Sempre que havia alguma ocorrência sobre morte nos falávamos. Ela chegou a colaborar comigo em investigações sobre mortes no Complexo da Maré. Eu nunca iria fazer isso (participar do assassinato) de alguém que eu não gosto, quanto mais com alguém que só me ajudou, como Marielle. Para Rivaldo, sua vinculação ao crime é “mera invenção” de Ronnie Lessa, autor da delação premiada que embasou a prisão. “Lessa é preso por Giniton. Quem ele implica no caso? Eu, o delegado Rivaldo, que indicou Giniton para o caso, que causou a prisão dele.  Está tentando desacreditar a investigação com isto, é uma tática recorrente das milícias”, afirmou.

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Preso preventivamente desde março, Rivaldo depôs por videoconferência, após autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Domingos e Chiquinho Brazão também devem ouvidos pelo conselho. Os depoimentos vão continuar nesta terça (16).

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