Longas filas no Galeão: passageiros reclamam de demora na chegada ao Rio
Em greve desde novembro passado, Receita Federal amplia a fiscalização de bagagens de voos internacionais, ocasionando lentidão no desembarque

O desembarque internacional no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, virou uma saga com episódios de longas filas e demora na inspeção de bagagens. É o que relatam passageiros que aterrissaram no Rio de Janeiro nos últimos dias. O motivo para tanta espera é a adoção da operação-padrão, praticada por funcionários da Receita Federal, que implica na ampliação da fiscalização de itens pessoais de passageiros, além de cargas, de voos de fora do país. A medida consiste em uma forma de mobilização adotada pelas aduanas em situações de greve (que teve início em novembro passado). Normalmente, cerca de 30% dos passageiros passam por inspeção. Com a operação adotada, esse número chega a quase 100%.
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+ Galeão volta a apresentar longas filas na manhã deste domingo
Equipes que operam o RioGaleão estão atuando para informar os passageiros sobre a operação e ajudar na organização das filas e do fluxo de viajantes. O Sindifisco Nacional – sindicato que representa os auditores fiscais da receita – divulgou uma nota explicando que a inspeção mais detalhada inclui a checagem de malas de viagens e mercadorias, ocasionando os atrasos nas liberações. Uma das queixas da categoria diz respeito à falta de auditores fiscais para a realização do serviço. De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial das Aduanas (OMA), em 2023, o Brasil opera com 1 auditor para cada 2.200 quilômetros quadrados. Países como a Alemanha, por exemplo, tem 1 para cada 8 quilômetros quadrados, enquanto a vizinha Argentina tem 1 para cada 500 quilômetros quadrados.
Após cinco meses de mobilização, os representantes dos auditores foram recebidos pelo Ministério da Gestão e Inovação de Serviços Públicos para negociar um reajuste no vencimento básico dos auditores. Entretanto, o processo ainda não foi concluído. “A categoria tem pressa para retornar ao trabalho, pois são evidentes os impactos na economia brasileira e não queremos mais que externalidades negativas ocorram”, declarou em nota o sindicato.