A night carioca, nomeada assim, em inglês, pela juventude de agora, é o tema central do livro Rio Cultura da Noite, recém-lançado pela Casa da Palavra e assinado pelo empresário e produtor cultural Leo Feijó e pelo designer Marcus Wagner. Extensa pesquisa, que resultou em 400 páginas, a obra revela bastidores do nascimento, do sucesso ? e muitas vezes da morte ? das maiores boates (ê, termo antigo…) da cidade, assim como nossas principais festas, pistas e clubes. Os primeiros capítulos remetem ao século XIX, falando de bailes do Império, e o epílogo dá conta da recente reinvenção da Lapa como um bairro de casas com shows ao vivo, principalmente de samba. Entre os dois extremos dessa cronologia, relatam-se movimentos culturais os mais diversos, como a fase áurea da boemia de Copacabana, “a princesinha do bar”, nos anos 50, além da era disco, nas décadas de 70 e 80, trazendo fotos de Papagaio, na Lagoa, Dancin? Days, na Gávea, e New York City Discotheque, em Ipanema. Trinta páginas são dedicadas ao funk e à black music. Nessa parte do livro, personagens como os disc-jockeys Ademir Lemos (do Le Bateau) e Big Boy são perfilados, e contam-se histórias a respeito de equipes de som famosas, com destaque para a Furacão 2000, e dos “bailes da pesada” realizados no subúrbio, dos quais o mais famoso foi o do Cassino Bangu. Curiosas também são as citações na contracapa: ali muita gente discorre sobre o fascínio da noite, do poeta Olavo Bilac ao DJ Marlboro, passando, é claro, pelo empresário Ricardo Amaral, referência no assunto.