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Letícia Colin faz sucesso como a Imperatriz Leopoldina

A atriz aparecem em cena na novela Novo Mundo praticamente sem maquiagem e com enchimento para parecer mais gorda

Por Sofia Cerqueira
14 jul 2017, 12h56
Leiticia Colin
(Felipe Fittipaldi/Veja Rio)

Há poucos dias, enquanto andava pelo Leblon, a atriz Letícia Colin, 27 anos, foi interpelada por uma senhora: “Nossa, você é a moça da novela? É tão jovem e lá aparece tão acabadinha!”. Na mesma semana, em um shopping, ouviu duas amigas cochichando: “É ela”, afirmou uma. “Claro que não, é totalmente diferente da televisão”, retrucou a outra. Curiosamente, no momento em que Letícia rouba a cena na TV, no papel da princesa Leopoldina em Novo Mundo, a trama das 18 horas da Globo, o público se espanta ao reencontrá-la fora das telas. Tal fenômeno, entretanto, apenas reforça seu talento e a excelência de sua interpretação. Sem um pingo de maquiagem, com olheiras em profusão e enchimentos espalhados pelo corpo, os quais a transformam em uma jovem matrona, Letícia vem hipnotizando os espectadores com seu sofrimento e seu carisma. “Já tinha ouvido colegas falar de personagens que caíram no gosto do público e eram amados. Tenho consciência de que vivo esse momento, e quero honrar a história dessa mulher incrível”, avalia Letícia.

Para interpretar Leopoldina (1797-1826), arquiduquesa da Áustria que viria a se tornar imperatriz do Brasil, a atriz mergulhou na história. Para construir a personagem de educação refinada criada em Schoenbrunn, um dos palácios mais deslumbrantes da Europa, e que deixou seu país natal depois de se casar por procuração com o futuro imperador dom Pedro I, leu livros sobre a monarquia e viu filmes de época. Também encasquetou a ideia de dar à personagem um sotaque alemão irrepreensível. Com o auxílio de vídeos na internet, treinou a pronúncia, elogiada até por falantes nativos da língua de Goethe. Perfeccionista, chegou a comprar um piano para aprender a tocar o instrumento, um hábito da soberana. Na caracterização da princesa, que ficou grávida nove vezes em nove anos, ela estava disposta a abrir mão da silhueta esguia — tem 57 quilos e 1,66 metro de altura. Passou vinte dias devorando massas, doces e frituras em abundância. Em lugar de engordar, ganhou um problema estomacal. Na atual fase da novela, quando a imperatriz submerge no sofrimento com a perda de um filho e as traições do marido, a força da atriz se torna ainda mais evidente. “A Letícia estava pronta para ser protagonista, e ficamos muito felizes de lhe ter dado a oportunidade”, diz Alessandro Marson, um dos autores de Novo Mundo. “Testamos outras atrizes para o papel, mas vimos nela doçura, jovialidade e também força e realeza que nos arrebataram”, acrescenta a parceira de texto, Thereza Falcão.

Quadro Letícia Colin
(Equipe/Veja Rio)

Antes de padecer na pele de Leopoldina, Letícia já havia demonstrado versatilidade. Esta é a nona novela da atriz nascida em Santo André, na Grande São Paulo, que estreou em um comercial ao lado de Xuxa, aos 8 anos, e veio morar no Rio quatro anos depois, para fazer Malhação. Ela interpretou, entre outras personagens, uma modelo com bulimia no folhetim Sete Vidas, uma vítima de estupro no filme Bonitinha, Mas Ordinária e uma ricaça homossexual que tem um caso com a personagem de Bruna Marquezine na série Nada Será Como Antes. A cena de amor entre as duas foi tão elogiada que se comentou na época que Neymar, ex-atual-ex de Marquezine, teria ficado com ciúme. No teatro, sua participação em musicais como O Despertar da Primavera e Hair também rendeu elogios. Afinadíssima e dona de uma voz de contralto, não descarta se lançar como cantora. “Namoro essa ideia, mas por enquanto estou muito envolvida com a atuação”, diz.

Do tipo de atriz de atitude, ela não tem receio de expor suas bandeiras. Há pouco mais de um mês, fez parte de um grupo de atores que participou de uma marcha contra a violência na favela da Maré. Em suas redes sociais, defende o movimento gay, critica os excessos dos fast-foods, apoia o Fora Temer e já se mostrou favorável ao aborto. “O artista é um cidadão como qualquer outro, só que com a responsabilidade advinda de ter mais voz e seguidores”, avalia. Letícia, que abandonou o curso de jornalismo na metade, não dirige e defende o transporte público. Moradora da Barra, algumas vezes pega o BRT para gravar no Projac, a central de estúdios da Globo. Adepta do budismo, tem o plano de, assim que acabar a novela, em setembro, passar quarenta dias no Japão, acompanhada do namorado, o ator e diretor Michel Melamed. Depois de uma personagem tão intensa e sofrida, precisará descansar, mas não será fácil se desligar da nobre Leopoldina.

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