Justiça interdita letreiro de loja de waffles eróticos em Ipanema
Medida cautelar dirigida a marcas brasileiras que vendem produtos alimentícios em forma de genitálias proíbe comercialização para menores de 18 anos
No auge do sucesso, e com menos de um mês após a abertura da loja La Putaria, que forma filas diárias de mais de 100 pessoas em Ipanema para a degustação de waffles em formato de órgãos sexuais, o estabelecimento foi notificado nesta quarta (1), assim como outras três marcas semelhantes de outras regiões do país, a respeito da medida cautelar obtida pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça, coibindo a venda de “produtos alimentícios em formato de órgãos sexuais masculinos e femininos”.
O documento cita “princípios basilares do Código de Defesa do Consumidor”, e a necessidade da proteção de consumidores como crianças e adolescentes. Além da La Putaria, estão citadas a baiana Ki Putaria, a paulistana Assanhadxs Erotic Food, e La Pirokita, de Maringá.
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A ordem é para que as vendas sejam suspensas a menores de 18 anos, e que os letreiros com os nomes das lojas sejam interditados, pedindo também a retirada de produtos que estejam em vitrines. Segundo a decisão, assinada por Laura Postal Tirelli, diretora substituta do DPDC, após o quinto dia, contados a partir desta quarta (1), os estabelecimentos terão que pagar multa diária de R$ 500,00, em caso de descumprimento, com a possibilidade da cassação futura das licenças de funcionamento dos estabelecimentos.
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“Já estamos em contato com nossos advogados, e a decepção é grande. É a volta da censura. Não tivemos problema algum em Portugal, mas parece que não é possível empreender no Brasil de forma correta e legalizada, gerando empregos e pagando impostos. Será que estão preocupados com tantas crianças que vemos no bairro passando fome e pedindo dinheiro?”, questiona a mineira Juliana Lopes, de 26 anos, dona da La Putaria ao lado do namorado, o austríaco Robert Kramer. A loja carioca é a terceira da marca, após as aberturas em Lisboa e Belo Horizonte, todas com filas na porta e mais de uma hora de espera para provar os produtos.