Residente das festas Calzone e Dancing Cheetah, o DJ carioca teve uma trajetória curiosa. Quando foi estudar na conceituada Berklee College of Music, em Boston, tinha o jazz na cabeça, mas se encantou com o mundo da produção musical e trocou os instrumentos pelas carrapetas. Quatro anos após se formar, foi para Londres fazer um mestrado em mídias interativas. Hoje, vive entre a capital inglesa e o Rio, onde, pela segunda vez, assina a trilha sonora da queima de fogos em Copacabana. Desta vez também põe a galera para dançar como atração do palco principal da festa, na altura da Rua Rodolfo Dantas. Sua marca principal é a colagem de gêneros completamente diferentes, técnica conhecida como mash-up.
Por que você virou DJ?
Na graduação, em Berklee, fiz muita aula de canto e comecei a compor, mas não eram canções sérias. Quando voltei para o Brasil, em 2005, montei um estúdio, e um amigo me aconselhou a fazer mash-ups, porque, além de divertido, era uma maneira de exercitar o trabalho de produtor. No início juntei Villa-Lobos com maracatu, comecei a tocar em algumas festas, e as pessoas gostaram.
Que misturas fazem mais sucesso hoje?
Aquelas em que incluo algum funk. Na noite da virada vou apresentar Let It Be com fundo de batidão e também uma colagem de um funk com Praise You, do DJ inglês Fatboy Slim. Ele adorou e até colocou em seu site oficial.
Como fica a questão dos direitos autorais nos mash-ups?
Sempre dou crédito aos artistas cujos trechos utilizo. Normalmente, eles até gostam, porque é uma forma de divulgar o trabalho para outro público. Já participei de fóruns sobre esse tema na feira Campus Party. É uma questão sobre a qual a lei não é clara. Um advogado que estava no encontro disse que depende muito do bom-senso do juiz. Não ganho dinheiro com venda de discos.