Carta ao leitor: santo forte
O Rio assume a incômoda dianteira no ranking de casos de intolerância contra religiões como a umbanda e o candomblé — um preconceito que deve ser combatido
Qual a diferença entre receber um caboclo ou o Espírito Santo?” No Brasil, a pergunta do babalawô, doutor em história e militante dos direitos humanos Ivanir dos Santos aguarda uma resposta sensata há pouco mais de 500 anos. Enquanto isso, o estado do Rio de Janeiro, em pleno 2021, acaba de roubar de São Paulo o triste primeiro lugar no ranking das unidades da federação que acumulam mais registros de intolerância contra religiões de matriz africana. A boa notícia é que o povo de santo, do candomblé, da umbanda e de outras ricas manifestações do gênero, resiste, apoiado por gestos inesquecíveis como o do jogador de futebol Paulinho — campeão olímpico, ele comemorou um gol em Tóquio homenageando o orixá Oxóssi, conhecido como o “caçador de uma flecha só”. Essa longa trajetória de orgulho e preconceito inspira a capa da edição de agosto.
Nas páginas de VEJA RIO, a questão fundamental da representatividade ainda marca presença em conversa com outra estrela olímpica: Rebeca Andrade. A atleta do Flamengo protagonizou a mais vitoriosa campanha da ginástica artística brasileira em Olimpíadas. O leitor também vai mergulhar no passado da Baía de Guanabara, esmiuçado em saboroso lançamento literário, e navegar pelas aulas virtuais que, em tempo de pandemia, movimentam a prestigiada Escola de Artes Visuais do Parque Lage. O projeto TransGarçonne, curso de gastronomia da UFRJ para profissionais transgênero, e a ascensão das mulheres no disputado mercado da fotografia aquática são outros dos candentes temas do mês. Para relaxar, como ninguém é de ferro, saiba mais sobre as rotas de degustação de cervejas, cachaças, gins e até vinhos, que vêm aquecendo o turismo pelo interior do estado. Boa viagem!
Fernanda Thedim
Editora-chefe
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