Como a Inteligência Artificial será usada para monitorar queimadas no Rio
Lançamento do aplicativo Olho Verde - Queimadas integra série de medidas criadas para conter os incêndios no estado
De meados de setembro ao início de outubro, o Corpo de Bombeiros atuou no combate a 3350 focos de incêndio no estado do Rio de Janeiro, o que dá uma média de 180 queimadas a cada dia. Segundo o comandante-geral da corporação e secretário estadual de Defesa Civil, Tarciso Salles, em 95% dos casos o fogo foi provocado por ação humana.
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Nesta terça (8), o Governo do Estado lançou um aplicativo que utiliza Inteligência Artificial para monitorar queimadas no território. A ferramenta, batizada de Olho no Verde – Queimadas, gera informações de forma rápida sobre as áreas atingidas pelo fogo, agilizando o combate aos incêndios.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) vem monitorando, por meio da plataforma Olho no Verde – Queimadas, toda a cobertura florestal do estado do Rio de Janeiro. Com o auxílio da Inteligência Artificial, que tem capacidade de calcular rapidamente um grande volume de dados, o sistema combina informações de diferentes satélites de alta resolução, com frequência de imagens semanal e diária. Os dados, então, são comparados e validados por drones, fotos e informações coletadas em campo por brigadistas e técnicos do instituto.
Durante a cerimônia, no Palácio Guanabara, Cláudio Castro apresentou um projeto de lei para modernizar e tornar as ações contra crimes ambientais mais eficazes, com aumento do valor das multas. “Por meio do aplicativo, vamos monitorar cada incêndio, agilizando o tempo de resposta para o combate. Além disso, com a criação do projeto de lei, vamos punir, de forma rigorosa, quem comete crimes ambientais”, afirmou o governador do Rio.
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O projeto propõe a atualização das multas ambientais no estado, adequando-as aos novos valores federais estabelecidos pelo Decreto Federal n° 12.189 de 20 de setembro de 2024. Em caso de aprovação, as penalidades para o uso irregular do fogo vão passar de 1.000 reais para 3.000 reais por hectare. Já a multa máxima em casos mais graves poderá chegar a 10 milhões de reais.
A proposta também estabelece o uso de tecnologias avançadas, como sensores remotos, para fiscalização ambiental, além do uso de sistemas virtuais para notificação de sanções e medidas cautelares, tornando o processo mais ágil.
Liberação de acesso ao público
A plataforma será liberada para o público em geral a partir do dia 30 de outubro, podendo ser acessada via computador ou celular. Por enquanto, o uso é restrito aos técnicos do governo do estado e de uso exclusivamente interno. O aplicativo é a nova ferramenta complementar do Programa Olho no Verde, que monitora desde 2016 a supressão ilegal de vegetação por meio de imagens de satélite.
A experiência acumulada no monitoramento da cobertura florestal possibilitou a adaptação do sistema, com focos nas queimadas. “A sistematização dos dados é fundamental para a compreensão do impacto das queimadas, para o planejamento das ações de prevenção, combate aos incêndios e para a recuperação das áreas degradadas”, explicou Bernardo Rossi, secretário de Estado do Ambiente, durante o lançamento da ferramenta.
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Na cerimônia de lançamento do app, Castro e Rossi também homenagearam os bravos agentes que vêm combatendo os incêndios no Rio de Janeiro, incluindo membros do Inea, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Ambiental, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Além de placas de reconhecimento, os homenageados receberam certificados de agradecimento como forma de valorizar os esforços na proteção das áreas florestais do estado.