Inteligência Artificial é usada para localizar pessoas no Rock in Rio
Também é possível impedir a entrada de penetras que chegam a nado ou em embarcações, pela lagoa, e identificar placas de veículos
Para quem aspira chegar a alguma edição do Big Brother, o Rock in Rio é o paraíso. São 138 câmeras com visão noturna infravermelha e uma térmica, além de quatro drones para vigiar uma multidão que chega a 150 000 pessoas, incluindo mais de 30 000 envolvidas com a produção do festival, além do público de cada dia. Desde 2022, a Inteligência Artificial colabora com o trabalho dos dos mais de 2400 homens e mulheres diretamente envolvidos com a segurança dos 385 mil m² da Cidade do Rock, sendo 120 líderes para uma equipe de 1790 por turno, diariamente.
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“É uma vigilância híbrida, que une o trabalho humano à tecnologia”, explica Paulo Armário, gerente de Global Risk Services e Eventos da empresa de segurança privada SegurPro, que desde 2006 está à frente da vigilância do Rock in Rio, inclusive das edições internacionais. Os sistemas utilizados no esquema de segurança incluem proteção perimetral com radares, analítico de aglomeração, analítico de sentido de via e identificação automática de placas de veículos, além de identificação facial. Há recursos como contagem de pessoas, mapas de calor, detecção de metais, controle de fluxo e estatísticas detalhadas. O algoritmo para controle de fila, por exemplo, faz a contagem de pontos (pessoas) para contribuir na avaliação do tempo médio de permanência em fila.
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Da salinha do Centro de Controle e Operações, numa espécie de caixa forte localizada nos bastidores do evento, próximo ao portão de entrada, cerca de dez profissionais monitoram as imagens captadas e exibidas num painel de controle operacional com um telão de 12 metros de comprimento. Elas podem ser aproximadas ao ponto de se ver até o que está na tela do celular de uma pessoa no meio da multidão bem na fila do gargarejo de um show, à noite. Isso facilita tarefas como encontrar crianças perdidas e eventuais armas, por exemplo. A câmera capaz de fornecer visão térmica de 360º para grandes áreas, por exemplo, permite o alerta e a identificação de alguém que entre em uma área restrita e mostra se um penetra tentar entrar pela lagoa, nadando ou numa embarcação. Também é possível detectar que um objeto apareceu em um lugar onde não havia nada antes, o que pode ajudar na vigilância de possíveis bombas. Todo o material captado fica arquivado por 30 dias.
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O trabalho de segurança é feito em parceria com a polícia, responsável por todo o patrulhamento externo. E nos acessos à Cidade do Rock é possível, por identificação facial, encontrar foragidos da Justiça. Nos primeiros dois dias de festival, foram dois – um por homicídio e outro por tráfico – no entorno do local, segundo o major Agdan Miranda, diretor de Infraestrutura e Tecnologia do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) da Polícia Militar, que mantém estacionada sua unidade móvel durante todo o período em que durar o festival, sua unidade móvel: um caminhão utilizado em grandes eventos que conta com equipamentos importados de informática, vídeo, radiocomunicação e softwares. Dali se coordena imagens de drones, câmeras do entorno e câmeras corporais nas fardas dos PMs.
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Há ainda uma parceria com o Centro de Operações Rio (COR) para o monitoramento das condições do tempo. Em caso de temporais, fortes ventos e raios, um protocolo de segurança pode ser acionado. Também há protocolos para possíveis ocorrências graves, como objetos abandonados (leia-se possíveis bombas ou explosivos) e os chamados “atiradores ativos”, passando por tumultos generalizados e possíveis desabamentos. Para emergências como estas, uma sala de crise foi montada ao lado da de monitoramento da Segur Pro. “O Centro de Controle e Operações Inteligente não apenas vê, mas analisa as imagens. Isso vira informação para uma eventual necessidade de tomada de decisão pelo cliente, no caso os organizadores do festival”, diz Armário.