Instituto que ajuda jovens da Maré corre risco de fechar
Em 13 anos, o local atendeu 3,1 mil jovens, entre 12 e 17 anos, mas acumula uma dívida de 90 mil reais
Há 13 anos, o Instituto Vida Real oferece atividades e cursos para crianças e jovens da comunidade Nova Holanda, no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro. Com falta de dinheiro, a organização corre o risco de fechar as portas.
O instituto tem uma dívida acumulada de R$ 90 mil. “Chegamos a ter 250 alunos; hoje, a gente tem em torno de 90. Por causa dessas dificuldades, a gente tem deixado de atender. Tivemos que dispensar dez funcionários. Alguns projetos incentivados chegaram ao fim e hoje estamos só com o patrocínio da concessionária Linha Amarela S/A (Lamsa)”, disse o fundador e presidente do instituto, Sebastião Antônio de Araújo, o Tião, morador da comunidade.
Além do débito, é preciso pagar o aluguel de R$ 3 mil mensal e contas de luz, água e telefone.
Em 13 anos, o instituto atendeu 3,1 mil jovens, entre 12 e 17 anos, com a oferta de reforço escolar, oficinas de música, grafite, design gráfico, serigrafia e fotografia. “Temos hoje jovens ganhando dinheiro com fotografia, tirando fotos de aniversários e casamentos na comunidade; temos jovens já gravando CDs; temos alunos que estão tocando em barzinhos; tem jovens que trabalham com serigrafia fazendo camisetas e hoje o instituto está paralisado por conta de finanças”.
Há três anos, Lucas Santiago, 15 anos, faz aulas de violão, fotografia, manutenção de computadores e tem reforço escolar no instituto. “Está sendo ótimo. A gente está aprendendo muitas coisas”, disse o jovem, que faz parte de uma orquestra com outros colegas, que fará um recital, em junho, para parentes de alunos e funcionários da instituição.
A professora Júlia Santos dá aulas de reforço escolar há cinco anos. Para ela, o trabalho no instituto é uma experiência bastante positiva. “Como sou moradora da Maré, o objetivo maior é o incentivo a essas crianças à educação, à escola, porque eles são muito desestimulados, e mostrar que eles são capazes também de chegar a uma universidade”.
O instituto tem hoje dez funcionários, que recebem em média um salário mínimo, além de oferecer café da manhã e lanche para os estudantes. “Há aluno que o alimento que tem é o que nós damos aqui”, diz Tião.
Com o apoio da organização não governamental Move Rio, foi criada a campanha de crowdfunding (financiamento coletivo) #FicaVidaReal, que visa a arrecadar R$ 60 mil para garantir mais um ano de funcionamento do instituto. A campanha se estenderá até o dia 30 de junho.
A campanha pode ser acessada pelo site benfeitoria.com/ficavidareal. O instituto só receberá a verba doada se o total estabelecido na campanha for arrecadado.
Palco do Réveillon do Copacabana Palace já tem programação definida
Praias da Ilha do Governador vão ficar próprias para banho? Entenda
Padaria Ipanema renasce com fila e alguns precinhos de COP30
Oi tem falência decretada: o que muda na prática
Os reis do Rio: grupo Belmonte vai abrir polo gastronômico na Praça Mauá





