Soranz: “Infestação de borrachudos é consequência do desmatamento”

Secretário municipal de Saúde considera reequilíbrio do meio ambiente como a solução

Por Da Redação
27 Maio 2025, 16h32
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Infestação de borrachudo: crescimento da população do mosquito foi causado por desequilíbrio ambiental. (Thinkstock/Veja.com)
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A presença dos borrachudos no Rio de Janeiro não é novidade. No entanto, moradores próximos a áreas de mata e rios, tem se queixado de um quantidade anormal de mosquitos neste ano. Os insetos de menos de um centímetro se proliferam no verão e tem um ciclo de vida de até 45 dias.

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Por conta das picadas doloridas, que causam inchaço, vermilhidão, coceira e reações alérgicas. Moradores de bairros como Alto da Boa Vista, na Zona Norte, e Rio das Pedras, Itanhangá, Ilha da Gigoia, Barrinha, Morro do Banco e Tijuquinha, na Zona Oeste, relataram os problemas ao g1.

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A crise levou o município a criar uma comissão especial na Câmara Municipal. Em entrevista ao jornal, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, explicou que devido ao tamanho, velocidade e alcance, o uso do tradicional fumacê é ineficaz contra o Simulium spp (da família Simuliidae). Além disso, o inseticida pode matar outros insetos predadores do borrachudo e facilitar ainda mais a proliferação do inseto.

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“Isso é um dos motivos para esse mosquito estar aumentando. Foram utilizados venenos inadequados pela população”, comentou Soranz. O médico advertiu ainda que o desmatamento e a invasão de áreas de preservação, somados a poluição dos rios, causa maior acúmulo de matéria orgânica que alimenta o inseto.

O inseto tem um papel importante no ecossistema local, é fonte de alimento para outros animais, como répteis anfíbios e peixes. Apesar do veneno BIT ser eficaz contra o mosquito, a aplicação da substância, necessariamente à beira dos rios, faz com que a própria correnteza remova o inseticida do local, detalhou o secretário.

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“O mais eficaz agora é reequilibrar o meio ambiente. A gente precisa proteger as beiras dos rios e córregos. E tentar ir recompondo os predadores naturais e evitar que eles morram, como no caso do fumacê. Não tem em nenhum país a evidência científica do combate desse mosquito com veneno, não é eficaz e pode causar mais danos”, recomentou o médico.

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Enquanto o equilíbrio não é restaurado, os moradores destas áreas sofrem. “Vem destruindo os grandes e pequenos negócios, escolas, áreas de lazer, pontos turísticos e até mesmo igrejas. E, quando os comércios perdem movimento, o reflexo é direto nos empregos”, alterou o vereador Marcelo Diniz (PSD), um dos criadores da comissão, ao jornal.

Por conta do mosquito, a população local tem procurado em agasalhos em seu guarda roupa. Este é o caso da residente do Alto Gisele Guimarães. “Está muito extremo. Até cachorro de pelo curto eles mordem também, bizarro”, queixou-se ao g1.

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Crianças pequenas também são vítimas do animal. Vilma Santiago, da Ilha da Giboia, na Barra, contou que neta de apenas 5 anos foi picada. A ferida infeccionou e se transformou em uma celulite, o que causou uma febre altíssima. “Estamos sem saída, nesse momento estou de meias, calça de moletom e casaco. Meu pé está inchado de tantas picadas”, relatou ao g1.

A principal recomendação médica para proteção é o uso de repelente. A Secretaria de Saúde tem atuado em parceria com a Comlurb na retirada de matéria orgânica da beira dos rios e córregos.

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