Indústria do turismo não dará férias a futuro governador do Rio
Candidatos ao mandato nos próximos quatro anos explicam como pretendem trabalhar para incentivar o turismo, criando empregos e aquecendo economia
Palco de eventos como o Carnaval e o Rock in Rio, num cenário que inclui o Pão de Açúcar e o Corcovado, além de praias conhecidas mundialmente, o Rio de Janeiro sempre teve boa parte de seu sustento atrelada à indústria do turismo. Não por acaso, foi um dos estados que mais sofreu com o necessário isolamento social imposto pela Covid-19. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o indicador de atividades turísticas no país do avançou 1,5% em julho, ante junho, mas ainda está 1,1% abaixo do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020. Recuperar a força do turismo para a economia fluminense, trazendo a reboque mais empregos e dinheiro circulando pelos municípios, é tarefa que não dará férias ao governador escolhido pelos eleitores para ocupar o Palácio Guanabara nos próximos quatro anos.
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Atual governador e candidato à reeleição, Cláudio Castro (PL) pretende instituir um calendário anual de eventos a fim de explorar o potencial turístico no interior, dando continuidade aos investimentos na infraestrutura logística das cidades turísticas fluminenses e obras rodoviárias que diz já estar fazendo: “Só o programa Turismo Presente já investiu 60 milhões de reais em sinalização e informações dos potenciais turísticos regionais. A descentralização do turismo da capital, com incentivos nesta área nas demais regiões, vem sendo feita. Tudo isso por meio de ações que trabalham os potenciais locais e campanhas promocionais”. Castro lembra que quase 2 milhões de turistas dos 6 milhões que o Brasil recebia por ano até a pandemia vinham para o Rio. E que em abril de 2022, a hotelaria teve a maior taxa de ocupação desde então, batendo 85%, um percentual comparável ao de 2019. “Para atrair turistas, apostamos no retorno de grandes eventos, como a Stock Car, após 10 anos fora do Rio, e a Copa Davis, após 20 anos, além da realização do maior evento de turismo do Rio de Janeiro, o ExpoRio Turismo”, diz ele.
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Marcelo Freixo (PSB) também reconhece o “potencial enorme e estratégico” do turismo para a reerguer a economia do Rio de Janeiro. “Nós vamos criar o Programa Estadual de Microcrédito para o Turismo, estimulando o desenvolvimento de todo o setor, o que é fundamental para bares, restaurantes e hotéis, que são as portas de entrada para os jovens no mercado de trabalho” propõe. Um Plano Integrado de Segurança Turística, expandindo do efetivo do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur), também está nos planos do candidato, em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto. “A gente vai combater o crime de forma eficiente, com um polícia bem treinada e bem equipada, para melhorar reduzir os índices de violência e melhorar a imagem do nosso Estado para atrair mais visitantes”, afirma.
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Para Rodrigo Neves (PDT), alavancar a indústria do turismo é uma questão de política pública direcionada, “com muita interlocução institucional, muita divulgação dos destinos turísticos”. Neste sentido, o candidato pedetista pretende, se eleito, investir em serviços como os de gastronomia, lazer e conforto da hospedagem, além de em segurança e atrativos locais. “Trabalharemos para oferecer aos turistas as melhores experiências em nosso estado”, explica, dando o Carnaval carioca como exemplo: “Trata-se da maior festa popular do Brasil e do mundo, gera milhares de empregos, envolve toda uma cadeia produtiva e pode perfeitamente contribuir para reverter o esvaziamento econômico do Rio de Janeiro. Por isso, para além dos incentivos que a prefeitura da capital concede à festa, minha gestão à frente do Governo do Estado certamente também vai investir no Carnaval”, promete, acrescentando que, no interior, vai incentivar nichos de turismo como o rural, o de aventura, o de eventos, o de entretenimento e o ecoturismo.
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Wilson Witzel (PMB) e Paulo Ganime (Novo) também estão de olho no interior, onde estão 2/3 dos quase 18 milhões de habitantes fluminenses. “A criação do Banco de Desenvolvimento do estado será muito importante para o turismo fluminense, uma vez que permitirá a captação de recursos no mercado financeiro e ampliará as possibilidades de incentivos ao desenvolvimento turístico em todos os municípios”, diz o ex-governador Witzel, que também incluiu em seu programa projetos para entender as necessidades e investir em qualificação profissional, por meio de parcerias público-privadas, Faetec e universidades estaduais: “O Rio de Janeiro ainda deixa a desejar em formação de mão de obra para o turismo e queremos formar um contingente de profissionais qualificados, o que também contribuirá para reduzir o desemprego”.
Já Ganime planeja levar em conta o peso da distribuição populacional do estado ao investir os recursos orçamentários nas cidades turísticas, considerando seus respectivos graus de importância apresentados no Mapa do Turismo Brasileiro da Embratur. “Vamos estimular através de incentivo técnico e financeiro, assim como de recursos federais não utilizados atualmente, a realização de feiras e seminários de negócios e de turismo nas principais regiões turísticas”, promete, com a intenção de estimular que os municípios trabalhem seus produtos em exposições agropecuária e circuitos de cerveja, cachaça e café, por exemplo.
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Cyro Garcia (PSTU) tem como meta desprivatizar equipamentos turísticos e estabelecer uma política de preços populares para a população, em especial nos pontos turísticos da capital. “O investimento em infraestrutura de transporte é essencial para revigorar o turismo. E vamos investir em programas de despoluição, recuperar nossas praias e rios, favorecendo não só o turismo como também áreas de lazer para as populações locais”, planeja. Eduardo Serra (PCB) quer fortalecer a Secretaria estadual de Turismo, trabalhando mais diretamente com as áreas ambiental e cultural. “Apoiaremos a formação de pessoal especializado para o setor e atuaremos para o reforço da infraestrutura de apoio ao turismo”, acrescenta. E Juliete Pantoja (Unidade Popular) tem como foco a recuperação do patrimônio histórico, imaterial e ambiental do Rio, não apenas para fortalecer o turismo, mas também para recuperar itens que considera fundamentais para a identidade dos fluminenses. O candidato do PCO, Luiz Eugenio Honorato, não respondeu as perguntas enviadas sobre o tema.
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