Incêndio no camelódromo: por que boxes estavam interditados desde 2019

O Ministério Público do Estado tentou, sem sucesso, obter o fechamento do espaço em 2021 devido às condições precárias

Por Redação
14 jan 2025, 16h16
Incêndio: 96 boxes foram destruídos no Camelódromo
Incêndio: 96 boxes foram destruídos no Camelódromo (Angela Goes/CBMERJ/Divulgação)
Continua após publicidade

A promessa do prefeito Eduardo Paes de reconstruir o Camelódromo da Uruguaiana com melhorias é mais do que necessária, posto que é uma dívida antiga do poder público a respeito do conjunto que está interditados pelo Corpo de Bombeiros há mais de cinco anos. Após o incêndio de domingo (12), veio à tona a informação de que que o Ministério Público do Estado tentou, sem sucesso, obter a interdição do espaço em 2021, onde 96 dos mais de 1.500 boxes foram destruídos agora pelo fogo.

+ Como polícia descobriu esquema de fabricação e venda de anabolizante ilegal

Está contida nos autos da promotoria a conclusão de que o péssimo estado de conservação das instalações elétricas expõe ao risco de incêndios até os usuários da vizinha estação do metrô de Uruguaiana. Mesmo sem licença do Corpo de Bombeiros, a previsão é que o camelódromo seja reaberto na quinta (16). A prefeitura já está fazendo a remoção do entulho resultante do incêndio, e comerciantes desalojados vão ocupar boxes que estão vazios e não foram atingidos.

Compartilhe essa matéria via:

O incêndio foi uma tragédia anunciada. Se tivesse ocorrido durante a semana, certamente teria vitimado muitas pessoas”, disse a promotora Patrícia Varella, que teve dois pedidos para fechar o espaço negados pela Justiça, o último deles em abril de 2024.

Continua após a publicidade

A Justiça entendeu que a responsabilidade para fechar o local seria da prefeitura, que emite as licenças de funcionamento para os comerciantes, e da estatal Riotrilhos, dona dos quatro lotes onde fica o Camelódromo.

O advogado da Associação do Mercado Popular da Uruguaiana, Ricardo Pereira, disse que o incêndio ocorreu em um momento em que a entidade buscava cumprir a legislação. “Buscávamos nos adequar assim como muitos outros locais da cidade. Já tínhamos implantado 80% da rede hidráulica nova projetada quando aconteceu isso“, disse Ricardo Pereira ao jornal O Globo. O Corpo de Bombeiros informou que emitiu ontem um documento com uma série de exigências, como a instalação de alarmes, extintores e hidrantes.

+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui

Continua após a publicidade

O último recadastramento dos comerciantes da área ocorreu em 2015, quando a prefeitura exigiu que os vendedores se cadastrassem como Microempreendedores Individuais (MEIs). As autorizações provisórias não foram renovadas.
As chamas de domingo destruíram 1.200 metros quadrados do Camelódromo, de acordo com a Defesa Civil. Os bombeiros demoraram mais de 25 horas para terminar o trabalho, desde o início do fogo.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Assinantes da cidade do RJ

A partir de 35,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.