Igreja fundada em 1750 no Centro do Rio tem alto risco de incêndio
Monumento da Praça XV, a Nossa Senhora do Monte do Carmo está próxima de colapso estrutural, segundo laudo do Iphan
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) alerta: a Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo, fundada em 1750, na Praça XV, antigo Largo do Paço, corre risco iminente de incêndio, além de estar à beira de um colapso estrutural.
Com o objetivo de solicitar imediatas vistorias, um documento foi enviado à Defesa Civil do Estado, ao Corpo de Bombeiros e à Ordem Terceira do Carmo, proprietária do imóvel.
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Segundo o laudo de fiscalização e vistoria do Iphan, de outubro do ano passado, existem fissuras na fachada que cortam a igreja em um plano vertical que deverão ter as causas investigadas.
Também foram detectadas infiltrações, quadros de luz obsoletos, instalações elétricas improvisadas, falta de equipamentos de detecção e combate a incêndios, acervos em péssimas condições e indícios de infestação de cupins, bem como problemas generalizados de conservação no interior e exterior e trincas e rachaduras na fachada, que se encontra isolada por grades de ferro.
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As fissuras se estendem e ameaçam, inclusive, a vizinha Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, que foi totalmente reformada e pertence à Arquidiocese do Rio.
De acordo com o Iphan, desde 2018 foram realizadas pelo menos três vistorias na igreja, que é patrimônio cultural arquitetônico e religioso. O laudo indica deterioração avançada com danos significativos na materialidade da igreja. A edificação está insalubre e não tem um projeto de prevenção e combate a incêndios aprovado pelo Corpo de Bombeiros.
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O conjunto arquitetônico da Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo é considerado um dos mais importantes monumentos religiosos da segunda metade do século XVIII, sendo a única igreja colonial que apresenta a frontaria totalmente revestida de pedra.
O secretário Geral da Ordem Terceira do Carmo, Armindo Diniz, informou que a entidade tem consciência da situação em que se encontra a igreja e que todas as providências possíveis e cabíveis estão sendo tomadas.
Diniz ressaltou ainda que o imóvel encontra-se fechado e com a energia cortada a pedido da Ordem, desde o final de 2019, impossibilitando o risco de incêndio. De acordo com ele, imóveis pertencentes à Ordem foram colocados à venda e a arrecadação será totalmente voltada para o restauro da igreja. Porém, a venda ainda depende de uma autorização da Arquidiocese para ser formalizada.