Quando o subúrbio brilhou
Naquele mesmo 1981 em que o Flamengo foi campeão mundial, uma modesta equipe do subúrbio carioca ganhava o maior título de sua história, a terceira divisão do futebol brasileiro. O feito do Olaria está relatado em A Conquista da Taça de Bronze, do designer Marcelo Paes, que autografa no dia 23 na Folha Seca, no Centro. Primeiro clube de Romário, último de Garrincha, o time já teve técnicos do nível de Davi Duque e Antônio Lopes, mas há uma década está afastado das competições nacionais. Tem um escudo repleto de referências náuticas (confira abaixo), prova de que um dia seu bairro já teve mar, no caso a Praia de Maria Angu, que sumiu do mapa quando veio a Avenida Brasil.
Memória da cidade
Tudo estava de pé e funcionando a pleno vapor no porto, em meados da primeira década do século XX — a fotografia não tem data precisa, mas acredita-se ser de 1906. Sem registro de autor, ela faz parte do acervo da Companhia Docas e mostra o Cais da Gamboa após ter sido aterrado. No terreno quase intocado na parte central da imagem, hoje fica a Avenida Professor Pereira Reis. No entorno dessa via, subirão até 2016 quatro das sete torres previstas para o Porto Atlântico, megaempreendimento que incluirá escritórios corporativos, lojas e hotéis. O estande de vendas será aberto neste sábado (9), perto dali (na loja onde funcionava uma concessionária da Renault), com exposição multimídia que reunirá fotos como essa, entre outras relíquias da Zona Portuária.
Obras de arte a salvo
Após três meses fechada para reformas, reabre na segunda (11) a galeria Pé de Boi, em Laranjeiras. Inaugurada em 1985, hoje referência em arte popular, ela vem com nova proposta, focando não apenas aqueles bonequinhos em série, mas também obras maiores, peças únicas de mestres como Manuel Eudócio e Vitalino. O dragão abaixo, por exemplo, tem quase 1 metro (é do cearense Manoel Graciano).
Os nerds invadem o Planetário
Em parceria no mínimo curiosa, a Fundação Planetário e o Conselho Jedi do Rio abrem neste sábado (9) o Cineclube Sci-Fi, que vai exibir, na tela grande da Cúpula Carl Sagan, na Gávea, clássicos da ficção científica. Sempre no segundo sábado de cada mês, passarão filmes como Blade Runner, Alien e Guerra nas Estrelas — de cima para baixo, nas fotos. Depois das sessões haverá debate sobre filosofia, literatura e tecnologia, e está previsto ainda um game, com brindes do mundo do cinema aos mais sabidos. Nerds confessos, os promotores do evento oferecerão carteiras de ?Cavaleiro Jedi? a quem virar sócio do conselho, cuja anuidade sai por 60 reais.
Mão multitalentosa
Esses rascunhos são de Luiz Carlos Ripper, espécie de Miguel Falabella da década de 70, tantos eram os seus predicados e atividades dentro da vida cultural da cidade. Cenógrafo, figurinista, encenador e educador, atuou sempre muito próximo dos movimentos de vanguarda, especialmente na trupe do Teatro Ipanema. Também foi parceiro, no cinema, de diretores como Cacá Diegues e Júlio Bressane (os desenhos acima são figurinos de Como Era Gostoso o Meu Francês, de Nelson Pereira dos Santos). Morto em 1996, aos 53 anos, Ripper ganha agora uma mostra sobre sua obra, a partir de quinta (14), no Centro Cultural Correios, no Centro.