O Rio é o cenário
Quem participa das aulas de música ministradas pela cantora Celia Vaz, em sua escola ipanemense, não aprende apenas as técnicas vocais da MPB, do samba e da bossa nova. Os alunos saem de lá também craques na arte da performance. É que a professora vem propondo, como tarefa de fim de curso, um show da turma, gratuito e de uma música só, realizado num ponto da cidade que tenha a ver com a letra de cada canção. Quando, por exemplo, se ensaiou Abacateiro, de Gilberto Gil, a trupe se apresentou em frente a uma loja de legumes e frutas do Leblon. Atualmente o grupo treina Tardes Cariocas, de Joyce. A aula final deve ser no fim deste mês na Pedra do Arpoador. Faz todo o sentido.
Memória da cidade
Produzida com capricho pela Editora Dois Um, e escrita por Claudia Pinheiro, a recém-lançada fotobiografia O Engenheiro e Seu Tempo revela os desafios da construção civil no início do século XX, com foco na trajetória do campineiro Alberto Monteiro de Carvalho, fundador do Instituto Brasileiro de Arquitetura, em 1921, no Rio. Pioneiro no uso do concreto armado e um dos artífices das ações que atrelaram o saneamento básico ao urbanismo, ele assinou projetos como o da fábrica de vidros Cisper, no Jacarezinho, a principal fornecedora de garrafas para as cervejarias da época. Esta foto, que está no livro, mostra o estande erguido pela empresa no antigo Pavilhão das Indústrias (localizado onde hoje fica o Museu Histórico Nacional, na Praça XV), palco, em 1922, das exposições que festejavam o centenário da Independência.
Acrobacias modernas
É circo, mas nada a ver com palhaços que escorregam na casca da banana nem com elefantes ecologicamente incorretos rodando um atrás do outro, e sem muita graça, pela arena principal. O evento circense que, a partir do dia 21, certamente vai encantar crianças e adultos em diversas favelas pacificadas do Rio guarda mais relação com pesquisas estéticas sobre o riso do que com estripulias tradicionais. No Morro do Alemão e na Cidade de Deus, por exemplo, o público que estiver presente nas lonas montadas especialmente para o Primeiro Festival Internacional de Circo verá guitarristas acrobatas, um carteiro que, num monociclo, faz uma espécie de strip-tease e espermatozoides que dançam uma coreografia abilolada. Serão no total vinte companhias (entre brasileiras, colombianas, argentinas, inglesas e italianas), com um público previsto de 50?000 pessoas.
A união faz a revoada
Está quase pronta a estrutura que receberá, por dez dias, a partir da próxima segunda (11), o evento Humanidade 2012, no estacionamento do Forte de Copacabana. Correndo em paralelo à agenda oficial da Rio+20, trata-se de uma feira sobre sustentabilidade, com forte apelo hi-tech, que reúne salas interativas e efeitos especiais, numa programação menos formal que a da conferência. Espaço que tem tudo para ser um dos mais concorridos é a chamada capela (veja o desenho ao lado), para 200 pessoas. Ali, em dado momento, se pelo menos 100 participantes apertarem 100 botões estrategicamente espalhados pela produção, uma revoada de pássaros de origami tomará o ar. O objetivo oculto por trás da brincadeira: mostrar que, quando unida, a sociedade tem mais poder.
Couvert em experiência
No La Mole, em time que está ganhando se mexe. Mas é aos poucos. Sem estardalhaço, vem sendo testado na unidade da Rua Dias Ferreira, no Leblon, um novo couvert, logo ele, item que talvez seja, no imaginário do carioca, o maior símbolo do restaurante ? sai meio milhão por ano. Os clientes têm elogiado os três acepipes acrescentados. Por causa da mudança, no entanto, pode ser que algumas das antigas iguarias deem adeus à entrada. Só o futuro dirá.