Mais um vilão nas areias
Quase invisível, ele já pode ser considerado um dos novos inimigos dos cariocas conscientes. Trata-se daquele invólucro de canudinho, feito de plástico (o que é terrível para a natureza) ou de papel – que pelo menos se degrada com mais facilidade. Tal condição foi constatada no recente mutirão de limpeza promovido pelo movimento Rio Eu Amo Eu Cuido, que contou com a participação de oitenta voluntários. Eles percorreram 2 quilômetros na Praia de Copacabana, recolhendo 1 tonelada de dejetos. Feitas as contas, o vilãozinho ficou em quinto lugar entre os principais resíduos “esquecidos” nas areias, atrás de guimbas de cigarro, guardanapos, latas e dos próprios canudos. A embalagem, que voa fácil com os ventos à beira-mar, tornou-se obrigatória em 2005, por lei estadual.
Mestre fujão
Matriculado no início do século XX no Colégio São Bento, na Praça Mauá, o menino Alfredo da Rocha Vianna Filho não se ambientava ao regime duro mantido pelos padres dali e, aos poucos, ia reparando que era mesmo a música, não o ensino tradicional, o seu caminho. Não foram poucas as vezes que o saxofonista Pixinguinha, sim, ele próprio, cabulou aulas ou fugiu pelos fundos da escola – no que seria imitado, anos depois, por outro pioneiro do samba, Noel Rosa, também ele um aluno rebelde daquela tradicional instituição. Histórias assim estão em Pixinguinha: o Gênio e o Tempo, livro de André Diniz a ser lançado pela Casa da Palavra, com fotos inéditas, mostrando o cotidiano de seu biografado.
Esses lugares são do Boni
Vidro emulando paisagem do mar e cadeiras de praia fazem parte do tema Tropicanas na decoração do camarote mais antigo da Sapucaí, o Rio, Samba & Carnaval, do empresário Mauricio Mattos. Corporações poderosas, a exemplo de montadoras e multinacionais de alimentos, costumam correr para ter direito a alguns de seus 400 convites. Alheia à disputa, uma pessoa física mantém ali, desde 2006, lugar cativo: o homem de TV José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Ele é uma espécie de sublocatário do espaço, com porta que o separa dos outros mortais, privacidade e direito a 7 preciosos metros de mureta. Seus doze convidados se fartarão de champanhe e de rolinho tailandês de camarão.
Memória da cidade
Travestis e transexuais estão de volta às imediações do Teatro Carlos Gomes. Eles vêm engrossando as filas do musical As Mimosas da Praça Tiradentes (a peça estreou em janeiro, está de recesso e volta no dia 23). Isabelita dos Patins já viu, assim como Rogéria, Lorna Washington e Sissi Diamond. Na semana passada, quem apareceu por lá foi a ex-vedete carioca Virgínia Lane. Hoje com 92 anos, a atriz e cantora estava bem-disposta e entregou ao elenco cartões com uma foto dos bons tempos devidamente autografada. Nas décadas de 40 e 50, ela fez muito sucesso no rádio e no teatro de revista. A imagem acima é de 1971, época em que ainda exibia as famosas pernas bem torneadas.
Na luta contra a bandidagem
De um lado, pesando 10 quilos, com 2 metros de envergadura e podendo atingir 100 quilômetros por hora, o Harpia, miniavião nascido na PUC e finalizado em dezembro pelo engenheiro Wanderley de Abreu Júnior. No outro corner, ladrões e demais malfeitores do Rio, flagrados de uma altura de 500 metros. Esse é o uso que o agora empresário quer dar ao invento, um veículo-observador não tripulado que teve seus primeiros testes feitos em Pedra de Guaratiba. Ele é mais barato que os similares importados, pois se vale de materiais como fibra de vidro e isopor. Dependendo da câmera e do software de controle, pode sair por 40?000 reais. Países africanos e até companhias da China já levaram o seu.