Que bonito era
A história do Canal 100, que exibia os melhores momentos do futebol nos cinemas, com uma trilha inesquecível
Quem acumula idade para ter frequentado as salas de cinema cariocas entre o fim da década de 50 e o ano de 1986 vai se lembrar: antes dos filmes rolava um cinejornal com imagens em câmera lenta do principal jogo da rodada, com direito a closes dos torcedores exibindo as mais variadas expressões de vitória ou derrota. Era o Canal 100, que também levava aos espectadores da sala escura um noticiário cobrindo desde concursos de miss até inaugurações de obras (como a Ponte Rio-Niterói, em 1974), passando por remoções de favelas e reportagens sobre enchentes. Mas era mesmo o futebol a maior estrela daqueles minutos pré-longas. A filmagem que pegava cada detalhe dos lances, a voz empostada dos locutores e, especialmente, a musiquinha de fundo (popularizada como Que Bonito É!), tudo isso fazia parte da rotina semanal do torcedor de futebol que também era fã da telona. A história do cinejornal criado por Carlos Niemeyer foi agora reunida no livro Canal 100: uma Câmera Lúdica, Explosiva e Dramática, da DoisUm Produções, escrito por Claudia Pinheiro e Carla Niemeyer, filha do empresário. São quase 300 páginas e cerca de 600 fotogramas tirados dos filmes, que remetem a um tempo romântico do esporte, muito diferente da fase padrão Fifa do Maracanã nos dias de hoje.