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Como funciona ‘golpe com Inteligência Artificial’ que vitimou até Gabigol

Atacante teve o vídeo autêntico de uma entrevista sua, de dezembro do ano passado, adulterado

Por Da Redação
Atualizado em 21 Maio 2024, 18h53 - Publicado em 21 Maio 2024, 18h52
Gabigol: "A fake news está ficando forte” (Paula Reis/Flamengo/Divulgação)
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A Inteligência Artificial também está se tornando uma nova arma para os bandidos. Cada vez mais acessíveis, as chamadas deepfakes (sons, imagens e vídeos digitais que simulam a realidade) estão sendo usadas por bandidos, ou cibercriminosos, para cometer crimes. Embora a Polícia Civil do Rio informe que não há registros de golpes com IA, apenas investigações em que a ferramenta é utilizada, os relatos de casos se multiplicam. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão do governo do Rio, crimes de estelionato apresentaram aumento inédito que seria impulsionado pela tecnologia: enquanto há nove anos houve 201 registros de golpes em ambiente virtual no estado, em 2023, o número total saltou para 11.485 casos.

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Segundo reportagem do jornal O Globo, em alguns casos, uma suposta ligação de instituição financeira ou operadora de telefonia pode durar tempo suficiente para que a voz da vítima seja gravada para depois ser usada em outro contexto. Como aconteceu em janeiro com uma estudante de enfermagem de 23 anos ouvida pela reportagem. Uma semana depois de ter feito a transferência de sua conta bancária para outro banco, a jovem começou a receber inúmeras chamadas de números desconhecidos. Após muita insistência, atendeu uma delas e ouviu a mensagem eletrônica pedindo a confirmação de dados pessoais para atualizar seu cadastro. Durou um minuto. Passados alguns dias, a mãe dela recebeu uma ligação supostamente da filha — a voz era dela — pedindo R$ 700, que deveriam ser enviados por pix a uma amiga de quem ela nunca tinha ouvido falar. “Realmente não dava para saber que não era eu. Minha mãe foi esperta ao desconfiar”, contou a vítima, que não fez o registro numa delegacia.

Com um influenciador que tinha 20 mil seguidores, o golpe foi através das redes sociais: em seu perfil, no último dia 5, protagonizando um vídeo de sete segundos que levantou suspeitas. Nas imagens, está na praia, contando como ganhou dinheiro fácil com a ajuda de um investidor: os R$ 1 mil aplicados se transformaram em R$ 10 mil em cinco minutos. “Estou feliz demais”, dizia a legenda, seguida por prints de conversas dele com o responsável pelo milagre da multiplicação do dinheiro, além de comprovantes bancários. No vídeo, a voz do de Marcelo, em sincronia com o movimento de seus lábios, reproduz o discurso falso. “Para fazer uma imagem fake é preciso treinar a IA. O criminoso vai escolher a vítima a dedo, estudá-la. Essas ferramentas têm versão gratuita para teste, mas em geral são pagas. O bandido investe no crime visando retorno financeiro — explicou ao jornal Lucas Cabral, especialista em segurança de dados e IA.

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Até o atacante Gabriel Barbosa, o Gabigol, teve o vídeo autêntico de uma entrevista sua, de dezembro do ano passado, adulterado: na versão falsa, com mais de 70 visualizações, aparece exaltando um site de apostas. No último dia 16, o jogador publicou em seu perfil a seguinte mensagem: “Em pleno 2024? Pprrt (papo reto)! A fake news está ficando forte”.

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