GLO no Rio: Marinha vai atuar no porto com navio que detecta tiros
Força Armada colabora com 120 equipamentos de transporte e suporte bélico em Operação da Garantia da Lei e Ordem iniciada segunda (6), com 1.900 militares
Um reforço de peso foi cedido pela Marinha do Brasil para atuar no Porto do Rio na operação de Garantia da Lei e Ordem (GLO), iniciada nesta segunda (6) no estado. O navio-patrulha Oceânico, que já partiu do Porto de Santos, em São Paulo, para cá pesa 2 mil toneladas e pode levar tripulação de até 125 homens. Medindo 103,4 metros de comprimento e 11,4 m de largura, a
embarcação que foi utilizada este ano nas operações no Golfo da Guiné, na África, possui radar de navegação de longo alcance e alça Optrônica, capaz de detectar a direção de tiros, integrado com câmera termográfica.
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Esse é um dos nove navios que a Marinha deixou à disposição para a operação, sendo um blindado utilizado pelo Brasil durante as ações no Haiti em 2005. No total, são 120 equipamentos de transporte e suporte bélico para a GLO, tanto no Rio e quanto em São Paulo. Entre eles, motos aquáticas, navios-patrulha com armamentos de padrão dos exércitos de países da Otan (organização político-militar regida por países europeus e americanos) utilizados em ações na África, além de ‘anfíbio’ de 20 toneladas para guincho de embarcações. A estrutura de fiscalização dos portos conta ainda com o apoio de tropas de fuzileiros navais (FN) em ações como revista de pessoal e repressão a delito. Para isso, a Marinha utilizará quatro lanchas blindadas.
Um dos destaques do navio-bélico Oceânico é seu poder bélico. De armamentos, o navio possui um canhão MSI, duas metralhadoras M242 Bushmaster (espécie de canhão automático de 25mm que dispara balas de calibre .223), padrão utilizado pelos exércitos dos países que compõem a Otan), além de duas metralhadoras Browing (.50), capazes de derrubar um helicóptero. Além disso, transporta até seis contêineres pesando 15 toneladas cada. E tem duas embarcações de casco semirrígido, um tipo Interceptor, além de enfermaria com dez leitos e sala de cirurgia.
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“Nossa operação será calcada na inteligência, que nos indicará onde temos que atuar. Podemos atuar ainda nas barcas se elas estiverem na área delimitada e recebermos alguma informação para operar”, disse ao jornal O Globo o vice-almirante Renato Ferreira, explicando que a atuação da Marinha na GLO não abrange a costa do Complexo da Maré, que beira a Baía de Guanabara. Segundo ele, a região em que os militares atuarão forma uma área que impossibilita o cruzamento da baía sem passar pelo monitoramento.
A Marinha está empregando 1 .900 militares, além dos 120 meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais. Também participam da ação a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal e o Porto do Rio. A intenção é unir esforços para fortalecer o combate ao tráfico de drogas e armas, entre outros crimes. Representantes das instituições se reunirão periodicamente para traçar estratégias. O vice-almirante ainda destacou que os militares estão aptos e prontos para confronto com criminosos caso seja necessário. “O importante é saber a hora de usar a força total, a hora de usar ela controlada ou quando não precisa usar. É a repetição do patrulhamento que inibe qualquer tipo de ação”, acrescentou Ferreira.
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As missões de Garantia da Lei e da Ordem acontecem exclusivamente por ordem expressa da Presidência da República, quando há o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública, como a Polícia Militar e a Polícia Civil, “em graves situações de perturbação da ordem”, segundo o Ministério da Defesa. Em geral, são decretadas quando os governos estaduais pedem ajuda ao governo. A medida em vigor abrange os portos de Itaguaí (RJ), Rio de Janeiro e Santos (SP). E os aeroportos de Guarulhos (SP) e Galeão (RJ) e vai até maio de 2024. Até lá, militares terão provisoriamente o poder de polícia nesses locais.