Furto de macacos: como funcionários do Jardim Botânico ajudaram a polícia
Eles estranharam comportamento atípico de animais e desconfiaram de casal; Luan Carlos e Sarah faziam 'armadilhas' com medicamento em bananas para atrai-los
Um homem e uma mulher foram presos em flagrante, nesta segunda (9), por suspeita de dopar macacos para que pudessem furtá-los. Luan Carlos Siqueira e Sarah Porto Silva faziam “armadilhas” com comprimidos de Clonazepan, um tranquilizante vendido sob a marca Rivotril, misturado a bananas para atrair os animais no Jardim Botânico. O objetivo era capturá-los para vendê-los em uma feira clandestina. O comportamento atípico dos macacos, que de tão grogues caiam das árvores, foi notado por funcionários no dia 1º de setembro. Ao investigar as imagens no sistema de câmeras do parque, a equipe de segurança avistou um casal em atitude suspeita.
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Na tarde desta segunda (9), o casal voltou ao Jardim Botânico, e os funcionários acionaram a polícia. Os agentes da 15ªDP (Gávea) foram até o local e constataram que o casal estava com bananas e remédios na bolsa. “Os macacos estavam caindo da árvore, realmente já sofrendo os efeitos”, disse à TV Globo a delegada Thaianne Moraes.Na semana passada, duas macaquinhas também foram encontradas dopadas. Elas foram recolhidas por funcionários do Jardim Botânico e entregues ao Instituto Vida Livre, uma ONG que trabalha na reabilitação e soltura de animais em situação de risco. Segundo os veterinários ouvidos pela TV Globo, elas tinham sinais de que estavam amamentando, o que pode indicar que os filhotes, recém-nascidos, tenham sido levados.
Preso com os comprimidos, Luan Carlos e Sarah responderão por dois crimes ambientais: matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida, o que pode resultar em pena de detenção de seis meses a um ano, além de multa. E “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”, que pode levar à detenção de três meses a um ano, e multa.
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O inquérito também será desmembrado para investigar organização criminosa de tráfico de animais. “A investigação continua porque, agora, a gente precisa apurar, na segunda fase, a responsabilidade cada envolvido na organização criminosa voltada para o tráfico de animais”, acrescentou a delegada. A defesa do casal ainda não se pronunciou.