Quem é o funkeiro Poze do Rodo, preso acusado de apologia ao crime

Marlon Brandon, seu nome de batismo, se apresentar em bailes do Comando Vermelho; segundo a polícia, suas músicas incitam confrontos entre facções

Por Da Redação
Atualizado em 29 Maio 2025, 11h38 - Publicado em 29 Maio 2025, 11h38
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Poze do Rodo: aos 26 anos, com 15 milhões de seguidores nas redes sociais, MC já se apresentou até no Rock in Rio (TV Globo/Reprodução)
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Investigado por apologia ao crime e ligação com o tráfico de drogas, MC Poze do Rodo, nome artístico de Marlon Brandon Coelho Couto, foi preso na manhã desta quinta (29) em sua casa, em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste. Poze é acusado de se apresentar apenas em bailes dominados pelo Comando Vermelho, onde traficantes armados com fuzis garantem a segurança dos shows. Segundo a polícia, suas músicas exaltam o tráfico, incentivam o uso de armas e incitam confrontos entre facções — com impacto direto na escalada da violência e risco à população.

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Desta vez, os policiais cumpriram mandado de prisão temporária de 30 dias expedido pela Justiça, após evidências de que os shows realizados pelo artista são financiados pela facção. Segundo a investigação, um desses shows foi realizado no dia 19 de maio, na Cidade de Deus, também na Zona Oeste, com a presença de traficantes armados. Lá, Poze teria cantado várias músicas enaltecendo o Comando Vermelho, poucas horas antes da morte do policial civil José Antônio Lourenço, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), em uma operação policial na comunidade. O agente morto havia sido subsecretário de Ordem Pública do Rio e era diretor jurídico do Sindicato dos Policiais Civis.

Nascido no Rio de Janeiro, Poze do Rodo chegou a se envolver com o tráfico na favela do Rodo, quando ainda era adolescente. Em entrevista ao Profissão Repórter, em 2024, ele chegou a falar sobre o passado no crime: “Já troquei tiro, fui baleado e preso também. E eu pensei: vou querer ficar nessa vida aqui ou viver uma vida tranquila? Então, eu foquei em viver uma vida tranquila, batalhei e hoje em dia eu passo isso para a molecada: o crime não leva a lugar nenhum”, disse, à época. Aos 26 anos, o artista e empresário tem hoje cerca de 15 milhões de seguidores nas redes sociais. Ele, que começou cantando funk e depois passou a misturar o estilo carioca com o trap, ganhou notoriedade com hits como “Essência de Cria”, “Vida Louca” e “A Cara do Crime”. Como funkeiro, Poze lançou em 2020 ‘O Sábio’, seu primeiro álbum de estúdio, com participação de nomes do rap, trap e funk, como Cabelinho, Orochi e Oruam, filho do traficante Marcinho VP, investigado pela mesma delegacia que realizou a prisão de Poze, em outro inquérito. Em fevereiro, ele foi conduzido até a Cidade da Polícia devido a um suposto disparo de arma de fogo que o rapper teria feito de forma aleatória em um condomínio no interior de São Paulo no final do ano passado, “colocando em risco a integridade de diversas pessoas”, segundo a polícia. Mas o sucesso do MC é tanto que ele e outros artistas do mesmo estilo se apresentaram no Rock in Rio 2022 e 2024.

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Conhecido por ostentar um estilo de vida exuberante, Poze do Rodo teve bens apreendidos, incluindo joias e carros de luxo, em uma operação da Polícia Civil do Rio que investiga sorteios ilegais. A ação, batizada de Rifa Limpa, teve como alvo Viviane Noronha, mulher do cantor. Segundo as investigações, o esquema reproduzia parâmetros da Loteria Federal para dar aparência de credibilidade e legalidade aos sorteios, mas utilizava um aplicativo customizado e não auditado — com fortes indícios de manipulação. Em 2019, ele também foi detido apologia ao crime, corrupção de menores e tráfico de drogas, e chegou a passar seis dias preso. O advogado de Poze, Fernando Henrique Cardoso, afirmou que “essa é uma narrativa antiga e já debatida” e que irá entrar com pedido de liberdade. Em suas redes sociais, Poze afirmou que tudo seria resolvido rapidamente.

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