Continua após publicidade

Urgência em eliminar fome e pobreza exige pressa dos candidatos ao governo

Desafio do futuro governador é resolver problema dos quase 2,7 milhões de fluminenses, metade da população da cidade do Rio, que não têm o que comer

Por Paula Autran
16 set 2022, 19h36
Fundação Abrinq lança campanha de combate à fome durante a pandemia
Fome: 5,9% das famílias do estado vivem em situação de insegurança alimentar grave, o que supera a média nacional, de 15,5%. (Fundação Abrinq/Reprodução)
Continua após publicidade

O sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, já dizia que quem tem fome tem pressa em 1993, quando lançou a Ação da Cidadania contra a Fome. Pois no Rio de Janeiro o futuro governador terá que correr, e muito, para resolver um problema que está ainda mais grave hoje. Dados de um suplemento do “2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil”, divulgado nesta quarta (14) pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Penssan), revelam que quase 2,7 milhões de fluminenses, metade da população da cidade do Rio, não têm o que comer. São 15,9% das famílias do estado em situação de insegurança alimentar grave, o que supera a média nacional, de 15,5%.

+ Indústria do turismo não dará férias a futuro governador do Rio

Rodrigo Neves, candidato do PDT ao governo do Rio - eleições 2022
Rodrigo Neves, candidato do PDT ao governo do Rio – eleições 2022 (PDT/Divulgação)

“A fome é uma decisão política. Recurso há, basta o governador saber trabalhar e ter compromisso com o povo”, avalia o candidato do PDT, Rodrigo Neves, que pretende resolver o problema criando um programa de renda básica e garantindo um auxílio de 500 reais para todas as famílias que vivem em extrema pobreza. “Como fiz quando fui prefeito de Niterói”, diz ele, que também tem a intenção de fazer parcerias com as 92 prefeituras do estado e utilizar o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) para chegar às famílias em situação de pobreza extrema e de fome.

+ Gerar empregos: um trabalhão para o futuro governador reerguer a economia

Continua após a publicidade
Marcelo Freixo, candidato do PSB ao governo do Rio - eleições 2022
Marcelo Freixo: candidato do PSB ao governo do Rio – eleições 2022. (PSB/Divulgação)

Para Marcelo Freixo (PSB), um dos caminhos para a solução é aumentar o salário mínimo regional para 1.585 reais, que ele lembra ter sido congelado em 2019 pelo ex-governador Wilson Witzel, hoje candidato do PMB, e mantido pelo seu então vice e atual governador Cláudio Castro, que tenta a reeleição. “Meu primeiro ato será esse, para aumentar a renda das famílias e aquecer a economia, gerando mais emprego. Também vamos aumentar o valor do Supera Rio, pagando 60 a mais por criança ou adolescente matriculado na escola”, promete, acrescentando que se eleito dará um adicional de 200 reais para todo beneficiário que esteja frequentando a escola ou cursos técnicos e profissionalizantes: “Com isso, vamos incluir de imediato mais 300 mil pessoas. Além disso, criaremos uma rede de cozinhas comunitárias e faremos convênios com restaurantes para fornecer comida a quem está passando fome”, diz Freixo.

+  Habitação: candidatos propõem como resolver maior problema dos fluminenses

Continua após a publicidade

Cláudio Castro (PL)  lista uma série de medidas que diz já ter tomado, ao longo dos dois anos em que está no governo, entre elas injetar mais de 350 milhões de reais na economia com o Supera Rio, que já atendeu 325 mil famílias em todo o estado, incluindo o auxílio-gás, que beneficia mais de 99,7 mil pessoas. “Também aplicamos mais de 55,3 milhões de reais para reforma e construção de 14 Restaurantes do Povo, que servem diariamente mais de 17.700 refeições, com almoço a apenas 1 real e café da manhã por 50 centavos. Vamos chegar a 20 unidades”, promete Castro, citando ainda ter criado o Café do Trabalhador, servindo cerca 5.250 refeições por dia, de segunda a sexta, em estações de transportes movimentadas, e  aberto dois Hotéis Acolhedores, com 300 leitos e 100% de ocupação, com um total de 73.198 pernoites e 146 mil refeições oferecidas. “Nosso plano é ampliar esses programas e investir cada vez mais em infraestrutura para seguir atraindo novas empresas e abrindo vagas de trabalho para resgatar esses cidadãos. Nosso principal programa social é o emprego”

+ Transporte público: encruzilhada no caminho dos candidatos ao governo

Também Paulo Ganime, do Novo, diz que vai trabalhar para trazer empresas para o Rio, com a redução e desburocratização de impostos, e assim aumentar a oferta de empregos e garantir o regime de recuperação fiscal, trazendo renda para o estado. “O foco é incentivar que mais pessoas saiam da situação de vulnerabilidade social e econômica, tendo possibilidades de conseguir, por seus esforços e meios, o emprego necessário para garantir o sustento”, planeja. E Wilson Witzel (PMB) prevê em seu programa de governo, se reeleito, criar o Cartão Comunidade Cidade, destinado à população que não possui renda. “Criaremos um amplo programa de qualificação profissional e geração de emprego, via  investimentos público e privado, para jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social de forma que possam ser inseridos no mercado de trabalho”, diz.

Continua após a publicidade
Claudio Castro, governador candidato à reeleição pelo PL, com oligação Avante/DC/MDB/PL/PMN/Podemos/PP/PROS/PRTB/PSC/PTB/Republicanos/Solidariedade/União Brasil - eleições 2022
Claudio Castro: governador candidato à reeleição pelo PL, nas eleições 2022. (PL/Divulgação)

+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui

Cyro Garcia (PSTU) também pretende gerar emprego e renda, em especial com um Plano de Obras Públicas. “Mas é necessário que haja a taxação de grandes fortunas, dos bilionários que lucraram com a pandemia, e a redução da jornada de trabalho e outras medidas que enfrentam diretamente com o grande capital”, avalia. Enquanto Eduardo Serra (PCB) propõe, além do fortalecimento do estado, com a realização de concursos públicos para as áreas de Educação, Segurança, Saúde e outras áreas consideradas de interesse direto dos trabalhadores, criar um programa emergencial de empregos: “Faremos ações de cadastramento de pessoas em situação de insegurança alimentar para a distribuição de cestas básicas; ofereceremos refeições e abrigos para a população de rua”. Na mesma linha,  Juliete Pantoja (Unidade Popular) quer estabelecer uma renda mínima de um salário mínimo a todas as famílias abaixo da linha da pobreza. “Para acabar com o desemprego e a fome é que estamos propondo a criação das Frentes Emergenciais de Trabalho”, explica ela. O candidato do PCO, Luiz Eugenio Honorato, não respondeu as perguntas enviadas sobre o tema.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.