Flanelinhas não autorizados chegam a cobrar até 100 reais na Zona Sul

Segundo a Seop, só no ano passado e no primeiro trimestre de 2025, mais de 5 mil guardadores irregulares foram abordados; 57 deles foram detidos

Por Da Redação
10 abr 2025, 18h13
flanelinha
Flanelinhas: cobrança nas ruas só deve acontecer onde há placa da CET-Rio indicando os horários e o valor da cobrança, e com o uso de talão (./Divulgação)
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Problema há anos sem solução nas ruas do Rio, os flanelinhas irregulares não apenas cobram quantias extorsivas por uma vaga – há relatos de cobranças de R$ 100 para estacionar-, como chegam a agredir motoristas. O serviço 1746, canal de reclamações da prefeitura, não tem um campo específico para denunciá-los: os casos que chegam são classificados como problemas de estacionamento. Segundo a Secretaria municipal de Ordem Pública (Seop), só no último ano e no primeiro trimestre de 2025, os agentes abordaram mais de cinco mil pessoas atuando como guardadores sem autorização para isso. Dessas, 57 foram encaminhadas às delegacias. As operações de fiscalização são preventivas e acontecem em locais com muitas denúncias e também em áreas com grande fluxo de pessoas. A abordagem feita pelo flanelinha é classificada como crime de extorsão quando há ameaça ou violência durante a cobrança. Nesses casos, é fundamental que a vítima vá a uma delegacia.

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Foi o que fez a estudante de Direito Bianca Montenegro, de 19 anos, que estaciona o carro na rua em frente à faculdade, na Barra, e caminha alguns metros até o prédio onde tem aulas. Em entrevista ao jornal O Globo, ela contou que na última terça (8) foi abordada por um homem que exigiu R$ 20 para vigiar seu veículo. Ao perceber que ele não estava identificado, Bianca se recusou a pagar e seguiu para o curso. Ao retornar, cerca de três horas depois, foi ameaçada, empurrada e teve a porta do veículo chutada pelo agressor. “Ele disse que tinha tirado foto do meu rosto, do carro e da placa. Falou que eu estava proibida de parar ali, e se voltasse ele me encheria de porrada. Tenho certeza que ele não me agrediu porque entrei rápido no carro e tranquei a porta, mas fiquei muito assustada”, contou ela ao jornal. Segundo a universitária, foi naquela hora que uma amiga começou a filmar o que acontecia, e o homem se irritou e chutou a porta do veículo até amassar. A estudante conta que, em todo momento, ele fazia ameaças e a xingava, como se fosse o dono da rua. “Agora, eu tenho medo de ir para a faculdade”, disse ela, que registrou o cado na 16ª DP (Barra da Tijuca).

Ainda segundo o jornal, as extorsões a motoristas são mais frequentes na hora do lazer. Dar um mergulho em Grumari e na Prainha, na Zona Oeste, por exemplo, pode custar caro. Misturados a guardadores com crachá e uniforme, pelo menos dez flanelinhas sem qualquer tipo de identificação atuam livremente nos fins de semana, equipados com maquininhas de cartão, cobrando de R$ 15 a R$ 50, dependendo do perfil do motorista. No Recreio, o problema maior é nas ruas internas. Na Zona Sul, o valor pode chegar a até R$ 100, se o motorista for um turista. No entorno do Estádio Nilton Santos, no Engenho de Dentro, Zona Norte, e no do Maracanã, torcedores também são frequentemente abordados por homens usando coletes verdes fluorecentes. Muitos oferecem vagas em áreas proibidas, o que ainda pode gerar multas para os motoristas.

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A Seop esclarece que a cobrança nas ruas só deve acontecer onde há placa da CET-Rio indicando os horários e o valor da cobrança, e com o uso de talão. A taxa é de R$ 2 por período, e os guardadores que vendem os bilhetes são regulados pelo sindicado da categoria. Em nota, a PM informou que atua ostensivamente e que, em caso de flagrante, encaminha os envolvidos para a delegacia.

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