Fiocruz inaugura hospital para atender casos graves de Covid-19
Com 195 leitos, quando estiver a pleno vapor, a unidade de alta complexidade será usada em ensaio da OMS para testar medicamentos contra a doença
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) inaugurou nesta terça (19) um hospital de alta complexidade para casos de Covid-19. Erguido em menos de dois meses no antigo campo de futebol do complexo de Manguinhos, na Zona Norte, o Centro Hospitalar para a Pandemia de Covid-19 – Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) já começa a receber os primeiros pacientes transferidos pela central estadual de regulação de vagas. Os 195 leitos, no entanto, serão ocupados gradualmente, de acordo com a demanda definida em conjunto com as secretarias de saúde.
+Covid-19: pesquisa mapeia subnotificação de casos no Rio
Construída emergencialmente para o enfrentamento do novo coronavírus, a unidade se diferencia dos hospitais de campanha espraiados pelo país, que funcionarão apenas durante a pandemia. Por lá, todos os leitos contam com um sistema de isolamento com pressão negativa do ar, que evita a saída do ar contaminado para o ambiente externo. Além disso, a estrutura conta uma central de tratamento de esgoto própria, concebida para tratar resíduos com o novo coronavírus e garantir destino seguro do efluente gerado. O complexo, que ocupa uma área total de 9 800 mil metros quadrados, também dispõe de entrada exclusiva para ambulâncias e heliponto, além de equipamentos de ponta, como tomografia computadorizada, e serviços de broncoscopia e endoscopia.
“Neste momento, em que acompanhamos com tanta preocupação o aumento de casos e de mortes em nosso país, e em particular no Rio de Janeiro, é com grande emoção que entregamos esse hospital dedicado exclusivamente à Covid-19 e que permanecerá como um legado para o Sistema Único de Saúde”, ressaltou a presidente da Fundação, Nísia Trindade Lima.
Para assinar Veja Rio clique aqui
De acordo com protocolos de segurança, não são permitidas visitas aos pacientes internados. Como uma forma de acolher as famílias, um ambiente foi especialmente montado para recebê-las no bloco anexo. Com o objetivo de diminuir a distância com os entes durante o período de internação, também serão realizadas ligações por vídeo com os pacientes cuja condição clínica permita a interação.
A experiência no tratamento dos pacientes do recém-inaugurado hospital será fundamental para diversas frentes de pesquisas sobre a doença. “O novo centro será fundamental para acelerar as pesquisas conduzidas pelo INI e toda a rede de colaboração da Fiocruz no Brasil e internacionalmente. Um exemplo é o ensaio clínico Solidarity, da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estuda a eficácia de medicamentos para tratamento da Covid-19”, explicou a diretora do INI, Valdilea Veloso.