Feminicídio: mais da metade dos autores de crimes têm antecedente criminal
Dossiê Mulher 2024, do Instituto de Segurança Pública (ISP), mostra que 85% das vítimas foram mortas dentro de casa
O Dossiê Mulher 2024, elaborado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro, com base nos registros de ocorrência de crimes relacionados à violência contra a mulher no ano passado foi divulgado nesta terça (10).
A pesquisa mostra que 83% dos 99 feminicídios ocorridos em 2023 tiveram fatores fúteis como a principal motivação, a exemplo de brigas (42 casos), o término do relacionamento (20), ciúmes (17) e desconfiança de traição (6).
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Uma novidade do material, divulgado anualmente, é um estudo do perfil dos agressores. Os pesquisadores apontam que a maioria dos autores de feminicídios utilizou facas ou armas de fogo.
Além disso, em 15 dos 99 casos registrados, os crimes foram cometidos na presença dos filhos das vítimas e, entre os autores identificados, 57% tinham antecedentes criminais.
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A maior parte desses registros tem a violência doméstica como principal causa. Após o crime, 70% foram presos, seja em flagrante, após investigação ou de forma voluntária.
Outro fator inédito do Doissê Mulher é o que mostra o consumo de álcool e drogas por parte dos agressores: entre os 103 autores identificados (em alguns casos, houve mais de um agressor), 21 faziam uso de álcool e drogas, quinze apenas de drogas e outros quinze apenas de álcool.
Além disso, 85% das vítimas foram mortas dentro de casa, 62% eram negras e quase metade tinha entre 30 e 59 anos. Companheiros e ex-companheiros foram responsáveis por cerca de 80% dos feminicídios. Embora alarmantes, os números de feminicídios caíram 11% em relação a 2022 (111 casos).