A força do design
Móveis e objetos de decoração assinados ganharão espaço entre as obras da ArtRio, que acontece em setembro no Píer Mauá
No mercado de arte, as más-línguas costumam dizer: quando um neófito começa sua coleção, as peças são escolhidas de acordo com a decoração da sala. Essa anedota promete cair em desuso. Pelo menos durante a quarta edição da ArtRio, que acontecerá de 11 a 14 de setembro e trará uma parte do evento destinada apenas à comercialização de móveis e outras peças de casa assinados por designers renomados. “Desta vez, os visitantes poderão escolher um sofá, uma poltrona ou uma cômoda baseados em uma obra que já tenham em casa”, brinca Brenda Valansi, uma das sócias da feira. Planejada para ocupar 1?800 metros quadrados de um pavilhão do Píer Mauá, a International Design Art (IDA) reunirá vinte galerias do Brasil e do exterior que apresentarão obras (veja ao lado algumas delas) de sessenta artistas, algumas inéditas, nunca vistas fora dos ateliês. É o caso do conjunto de escrivaninha e cadeira que leva a assinatura de Sergio Rodrigues, similar a um modelo desenvolvido por ele na década de 80 sob encomenda do empresário Adolpho Bloch (1908-1995), fundador da Rede Manchete.
Como pré-requisito básico para a participação na IDA, os expositores só poderão vender peças seriadas e numeradas ? algumas, inclusive, estão sendo criadas especialmente para a feira. Tal exigência garante aos compradores uma sensação de exclusividade minimamente próxima daquela desfrutada por quem adquire um quadro ou uma escultura. Zanini de Zanine (filho de Zanine Caldas, referência brasileira no ramo), por exemplo, está produzindo duas poltronas com madeira de demolição, ambas peças únicas, para a ocasião. Elas e todo o restante do acervo que estará disponível se encaixam naquilo que se convencionou chamar de design arte: peças de valor utilitário dotadas de certa marca autoral. Trata-se de uma seara já explorada em eventos internacionais consagrados, como a Design Miami/Basel, filhote de uma das mais importantes exposições de arte contemporânea do planeta. “Além de movimentar o mercado nesse segmento, uma feira desse porte funciona como uma vitrine para nomes conhecidos e novos talentos”, acredita o italiano Fabio Palma, diretor da unidade carioca do Istituto Europeo di Design, situado na Urca.
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