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Caminhos da gravura

Mostra no Centro Cultural Correios compara obras de Fayga Ostrower (1920-2001) e Alex Gama

Por Rafael Teixeira
Atualizado em 5 dez 2016, 15h43 - Publicado em 17 fev 2012, 18h34
Beto Felicio / Divulgação
Beto Felicio / Divulgação (Redação Veja rio/)
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AVALIAÇÃO ✪✪✪

Polonesa de família judia, Fayga Ostrower (1920-2001) migrou para o Brasil ainda jovem, na década de 30. No fim dos anos 40, começou a ter aulas de gravura – técnica que, salvo por um breve período, entre 1962 e 1963, ela jamais abandonaria. A dedicação foi plenamente recompensada: ao longo de sua trajetória, a artista passou da figuração com temática social ao abstrato e acumulou prêmios, como os conquistados nas bienais de São Paulo, em 1957, e de Veneza, no ano seguinte. A mesma paixão serve de guia para o trabalho de Alex Gama, fluminense nascido em 1950. Com mais de 35 anos de carreira, ele se notabilizou pelas xilogravuras, feitas com buril e ponta-seca. Uma espécie de conversa silenciosa entre os dois, mas muito eloquente, é o que propõe Diálogos – Fayga Ostrower e Alex Gama, exposição em cartaz no Centro Cultural Correios.

Os primeiros interlocutores foram os curadores da mostra: o próprio Alex Gama e Noni Ostrower, filha de Fayga e do historiador Heinz Ostrower (1913-1992). Eles se incumbiram da escolha das 86 peças, quase todas em preto e branco. A posição dos trabalhos foi engenhosamente pensada de modo a ressaltar eventuais semelhanças no estilo de cada criador. De Fayga, são 56 obras, a maioria na técnica pela qual ficou consagrada, embora haja uma série de desenhos – expostos pela última vez em 1963, na extinta Galeria Bonino. Feitos em bico de pena, exibem notável afinidade estética com as gravuras selecionadas. Há também dez belas padronagens em tecido, entre as 150 que a autora polonesa desenvolveu ao longo da vida, usadas para decoração. Na mostra, aparecem em tamanhos variados – até um jogo americano, ladeado por talheres, ganha status de grande arte pendurado na parede. De Gama, foram escolhidas trinta xilogravuras em que ranhuras paralelas parecem desenhar os anéis da madeira, além de nove matrizes. Completa a visita um vídeo no qual a artista, que também foi uma professora generosa, fala sobre técnicas de gravura.

Diálogos – Fayga Ostrower e Alex Gama. Centro Cultural Correios. Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro, ☎ 2253-1580. → Terça a domingo, 12h às 19h. Grátis. Até 19 de março. Fecha na terça (21). www.correios.com.br.

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