Faltou participação do público no Dia Mundial sem Carro

O que se viu na terça-feira passada (22) foram os notórios engarrafamentos cariocas

Por Lula Branco Martins
Atualizado em 5 dez 2016, 11h52 - Publicado em 26 set 2015, 01h00

Trânsito Avenida Presidente Vargas — Presidente Vargas: motoristas sofrem com engarrafamentos na via (//Divulgação)

Este era o trânsito, na manhã da última terça-feira (22), na Avenida Presidente Vargas, Centro da cidade. Nada muito diferente da rotina, se não fosse o Dia Mundial sem Carro. A visão dos automóveis que entupiam as pistas centrais, com a bela Igreja da Candelária ao fundo, leva a crer que os cariocas, em sua grande maioria, não aderiram à causa. Fica a impressão de que, assim, não tem Uber que dê jeito, não tem Waze que possa minimizar esse nó. Aplicativos de smartphone podem, sim, ser úteis a motoristas e passageiros, mas antes disso as pessoas teriam de cumprir sua parte. Não foi o caso desta vez. Celebrado sempre no dia 22 de setembro, o World Car Free Day, mais conhecido no título em inglês (mas na verdade criado na França, em 1997), é realizado em milhares de cidades ao redor do planeta e tem como objetivo estimular uma reflexão sobre o uso excessivo do automóvel, além de propor aos cidadãos que dirigem cotidianamente que revejam a dependência que criaram em relação ao carro ou à moto. Seria a hora, portanto, de testar como funcionam os ônibus, verificar se o metrô está nos trilhos e se os BRTs realmente prestam um bom serviço em suas linhas exclusivas. Nem tudo foi má notícia. Na orla e em bairros como o Cosme Velho foram vistos ciclistas em “pedalaços”, o que mostra que o transporte alternativo pode ser parte da solução. Outra boa sacada, essa da prefeitura, foi o fechamento do estacionamento dos funcionários, para incentivá-los a deixar o carro na garagem de casa e, assim, ajudar a cidade a respirar melhor. Ali deu certo. No Rio como um todo, porém, faltou mais envolvimento com essa iniciativa, que tem a melhor das intenções.