Sob risco de extinção, cavalos-marinhos voltam a ser vistos na orla do Rio
Em 2015, média era de dois cavalos-marinhos a cada 400 metros quadrados; mas, em 2021, já eram 13 na mesma área: sinal de que ecossistema mantém estrutura
Ameaçados de extinção, após quase desaparecerem, cavalos-marinhos voltaram a ser encontrados com mais frequência no litoral do Rio e de outras cidades do estado. Cientistas do Projeto Cavalos-Marinhos do Rio de Janeiro, que há 20 anos estudam esses peixes, explicam que a presença da espécie é um indicador de que o ecossistema preserva sua estrutura básica. Criado em 2002 por pesquisadores da Universidade Santa Úrsula, o projeto monitora ainda os cavalos-marinhos da Ilha Grande, de Arraial do Cabo e de Búzios, e investiga sua presença junto aos costões cariocas, como o do Arpoador e o do Leblon.
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“O cavalo-marinho é um indicador de esperança, demonstra que a salvação é possível”, disse ao jornal Globo a coordenadora do projeto, a bióloga Natalie Freret-Meurer, que com sua equipe descobriu que há populações de cavalos-marinhos mesmo nas extremamente poluídas baías de Guanabara e de Sepetiba.
Os cavalos-marinhos quase foram extintos do Rio devido à poluição e, sobretudo, ao chamado aquarismo (foram capturados ao esgotamento para virar peixinhos de aquário). Mas, desde 2014, com a Portaria 445 do Ibama, que proibiu captura, transporte, armazenamento, guarda e manejo, a população de cavalos-marinhos tem dado sinais de recuperação, diz Freret-Meurer. Apenas a criação para pesquisa ou com autorização do Ibama é permitida.
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Na Baía de Guanabara, em 2015, a média era de dois cavalos-marinhos a cada 400 metros quadrados. Em 2018, chegou a oito peixes por 400 metros quadrados. Mas, em 2021, já eram 13 os cavalinhos na mesma área.