Criador inquieto
Artista espanhol vivo mais valorizado hoje, Miquel Barceló expõe na Pinakotheke Cultural
Ele tem três ateliês: um na Ilha de Maiorca, onde nasceu, outro em Paris e o terceiro na República do Mali, na África. A diversidade de endereços se reflete em sua produção. Hoje o artista vivo mais valorizado de seu país, o espanhol Miquel Barceló, 57 anos, assina cerâmicas, pinturas e esculturas, além de obras faraônicas: sua extravagante criação para o teto do salão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, na Suíça, uma espécie de caverna colorida, consumiu nove meses de trabalho e 35 toneladas de tinta. Barceló participou da Bienal de São Paulo em 1981 e voltou a expor na capital paulista em outras três ocasiões. Na mais recente, neste ano, exibiu o acervo que chega ao Rio em mostra na Pinakotheke Cultural. A seleção traz vinte trabalhos, entre pinturas e esculturas, dois filmes dedicados a seu processo criativo (um deles sobre o tour de force na ONU) e um gabinete cenográfico com objetos pessoais trazidos do ateliê parisiense. Estão no acervo seus quadros brancos, produzidos com camadas de tinta que formam texturas e desenhos, e telas da série de frutos de grandes formatos, como Tomate Coeur de Baleine. A sensação, no entanto, promete ser Elefandret, a escultura de um paquiderme com 2 toneladas de bronze, equilibrado sobre a própria tromba. Pinakotheke Cultural.
Rua São Clemente, 300, Botafogo, ☎☎ 2537-7566. Segunda a sexta, 10h às 18h; sábado, 10h às 16h. Grátis. Estacionamento gratuito. Até 9 de novembro. A partir de quarta (24).