O que já se sabe sobre a execução do irmão da deputada Sâmia Bomfim no Rio
O médico Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, estava com três colegas num quiosque na Barra quando criminosos armados dispararam mais de 20 tiros contra o grupo
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre o assassinato de médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, na madrugada desta quinta (5). A participação da PF, segundo Dino, ocorre devido ao elo de um dos mortos com os deputados federais Sâmia Bomfim e Glauber Braga (ambos do Psol/SP). Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, é irmão da deputada e cunhado de Glauber. O médico não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital Municipal Lourenço Jorge.
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“Em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais, determinei à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio. Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso. Minha solidariedade à deputada Sâmia, ao deputado Glauber e familiares”, escreveu Dino nas redes sociais. Ele afirmou que conversou com o governador do Rio, Cláudio Castro, e que a PF já está realizando “diligências investigatórias”. O secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli, foi enviado ao Rio para se reuinir com a PF e o governo do Rio. A Polícia Civil de São Paulo também enviou dois delegados e seis investigadores para ajudar a elucidar o caso.
Por volta de 1h da madrugada desta quinta (5), quatro médicos foram alvos de uma tentativa de execução no quiosque da Naná 2, em frente ao Hotel Windsor, na Barra, onde todos estavam hospedados. Três foram mortos e um ficou ferido. Os médicos iriam participar de um congresso internacional de ortopedia que começou nesta quinta (5) no próprio Windsor. Eles estavam numa mesa do quiosque quando três criminosos armados e vestidos de preto saíram de um carro branco e fizeram mais de vinte disparos na direção do grupo. Uma câmera de segurança flagrou o momento do ataque. Marcos de Andrade Corsato, de 63 anos, e Perseu Ribeiro Almeida, de 33, morreram ainda no local. Diego Ralf Bonfim, de 35, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Já Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, também foi ferido e levado para o Lourenço Jorge, também na Barra. Ele passa por uma cirurgia ortopédica nas pernas e seu estado é considerado estável.
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A Polícia Militar do Rio informou que quando as equipes do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) chegaram ao quiosque encontraram as vítimas sendo atendidas por gentes do Corpo de Bombeiros. De acordo com a PM, os policiais fizeram buscas na região, mas não conseguiram localizar os suspeitos. O policiamento foi reforçado na região. Agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizou uma perícia no local e assumiu a investigação das mortes. Um turista que estava no local e um dos funcionários do quiosque serão ouvidos como testemunhas.
Sâmia Bomfim e Glauber Braga divulgaram nota nesta quinta (5) em que se dizem “devastados” pelo assassinato de Diego Ralf Bomfim. “Queremos agradecer todas as mensagens de solidariedade e apoio, que vieram de todos os lugares. Evidentemente, Sâmia está devastada nesse momento terrível de perda e dor, assim como o seu companheiro Glauber Braga, que a acompanha neste momento”, diz a nota divulgada pela deputada federal Fernanda Melchionna (Psol-RS). O casal de deputados recebeu a notícia em Brasília e, até as 10h, ainda aguardava para viajar a São Paulo, onde Diego deve ser velado e sepultado.
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Sâmia foi a parlamentar mais jovem a exercer o mandato na Câmara Municipal de São Paulo, eleita com 27 anos. Em 2018, assumiu a liderança do Psol na Câmara de São Paulo, tornou-se assim a mais jovem parlamentar a liderar uma bancada na casa aos 28 anos. Renunciou ao mandato em 30 de janeiro de 2019 para assumir como deputada federal no Congresso Nacional. A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) registrou boletim de ocorrência por ameaças de morte a ela, ao filho e ao marido, deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), em agosto do ano passado. Segundo integrantes do Psol à CNN, nos últimos meses não houve registro de nenhuma ameaça diferente daquelas que cotidianamente as parlamentares da legenda sofrem nas redes sociais. A ameaça de agosto de 2022 teve palavras muito semelhantes a que fora direcionada na mesma época à deputada Duda Salabert, do PDT de Minas Gerais, então vereadora de Belo Horizonte, inclusive com manifestações nazistas.