Caso dos transplantes: laboratório tem contrato para 1,7 milhão de exames
Documento firmado com o estado abrangendo 13 unidades de saúde foi suspenso após escândalo de exames falsificados e contaminação com vírus HIV
Fechado após a revelação de que seis transplantados foram infectados com HIV devido a erros na sorologia, o laboratório Patologia Clínica Doutor Saleme (PCS Saleme) tinha três contratos assinados com o governo do estado. A empresa foi contratada pela Fundação Saúde para realizar mais de 1,7 milhão de exames em 18 unidades da rede pública no período de quase dois anos.
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Segundo informações do jornal O Globo, dois dos contratos eram referentes a quatro UPAs e ao Hospital Estadual Ricardo Cruz, em Nova Iguaçu, e já chegaram ao fim. Eles foram firmados no ano passado e tinham duração de 180 dias, cada. O maior deles envolve a prestação de serviço em 13 unidades, como o Hospital Estadual Carlos Chagas e a Central Estadual de Transplantes. A previsão era a realização de 85 mil exames por mês, totalizando mais de um milhão no período de um ano. Neste contrato, cerca de 15 mil exames eram testes rápidos de HIV1 e HIV2, assim como testes de triagem para HIV e de pesquisa de anticorpos anti-HIV, o exame conhecido como Elisa.
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O contrato maior, que iria até o fim de novembro, foi suspenso pelo estado após o escândalo da contaminação dos transplantados, que levou à decretação da prisão de quatro de seus funcionários, incluindo um dos sócios. Em nota, a Fundação Saúde informou que os exames pedidos pela Central Estadual de Transplantes estão sendo feitos pelo Hemorio e que os demais foram “temporariamente reorganizados” entre outros laboratórios. Até agora não foi escolhida a empresa que fará os exames. Um ofício da diretoria administrativa financeira da Fundação Saúde — encaminhado na última quinta (10) para outro setor — cita a “máxima urgência” em convocar os demais licitantes do pregão vencido pelo PCS Saleme, levando em conta a ordem de classificação. A lista, exibida pelo RJ TV2, da TV Globo, tem seis empresas, incluindo a vencedora. A ideia do governo é escolher, pela ordem, uma que aceite assumir o serviço deixado pela PCS Saleme, que venceu a licitação ao conceder um desconto de 37,01%. A segunda colocada, a Rocha e Fonseca Diagnósticos Laboratoriais, ofereceu, na época, uma redução de 37%: segundo a Secretaria estadual de Saúde, a empresa já foi convocada.
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