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Escola Eleva abrirá unidade na Barra em 2019

Idealizada por Jorge Paulo Lemann, homem mais rico do país e 29° do mundo, a escola bilíngue adere às melhores práticas acadêmicas internacionais

Por Sofia Cerqueira
Atualizado em 30 mar 2018, 11h28 - Publicado em 30 mar 2018, 11h28
RIO DE JANEIRO, RJ, BRAZIL, 20-02-2017: Escola Eleva:: . (Foto: Felipe Fittipaldi). (Felipe Fittipaldi/Divulgação)
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A ideia de unir o currículo brasileiro às melhores práticas acadêmicas conhecidas mundo afora, somada ao ensino bilíngue e à chancela do bilionário Jorge Paulo Lemann, transformou a Escola Eleva num sucesso meteórico. Méritos pedagógicos à parte, a presença do homem mais rico do país (e 29º do mundo) na empreitada serve como irresistível peça de marketing: para muitos pais e mães, a matrícula do filho em uma instituição que é a menina dos olhos de Lemann garante, além do ensino de excelência, maiores chances de se destacar no mercado profissional — atalho, quem sabe, para que a criança se torne um empreendedor de prestígio ou o CEO de uma grande empresa. A estratégia funciona. Com as portas abertas em 2017, o colégio, instalado na amplidão da antiga Casa Daros, em Botafogo, tem lista de espera de 1 500 alunos para o próximo ano letivo e já anuncia sua expansão. Um prédio de dois andares, onde funcionou um câmpus da Universidade Estácio de Sá, em parte do terreno que sediava o Parque Terra Encantada, está passando por obras para abrigar a filial da Barra. Em apenas cinco dias, após o anúncio da nova unidade no site da escola, já havia mais de 1 250 candidatos interessados em uma vaga para 2019. Embora não se revelem valores, a estimativa é que o próximo passo da Escola Eleva, financiado pelo fundo Gera Venture Capital, do qual Lemann é o principal investidor, venha a consumir em torno de 100 milhões de reais (montante semelhante ao gasto em Botafogo). “A decisão de também estarmos na Barra se alinha à demanda existente e a um movimento natural da cidade”, explica Duda Falcão, diretora-geral dos dois endereços.

Ao fincar bandeira na Zona Oeste, a Eleva segue o caminho trilhado por outras referências de ensino na cidade, como as escolas Britânica, Americana e Parque. A instituição pretende replicar na Barra, rigorosamente, currículo e conceito idênticos aos adotados na sede. Com regime de turno integral (das 8 às 16 horas), a escola entrou no mercado com a proposta de preparar os alunos tanto para os exames de qualificação nacionais como para uma faculdade no exterior. Além das matérias tradicionais, há um leque de disciplinas eletivas para atender aos interesses individuais dos estudantes. A lista vai de noções de finanças ao conceito de design thinking (criação de soluções para um produto ou problema). Enquanto em Botafogo os alunos ocupam uma construção centenária, na Barra o diferencial será o espaço verde. Desenvolvido pelo escritório de Miguel Pinto Guimarães, o mesmo arquiteto que assinou a reforma na antiga Casa Daros, o projeto engloba uma área livre de 10 000 metros quadrados, que receberá cinco quadras poliesportivas e trabalho paisagístico. Na parte interna, a estrutura se assemelha à da matriz: bibliotecas superequipadas, laboratórios de última geração, além de salas de música e arte. Diferentemente da unidade da Zona Sul, que no ano que vem já oferecerá todas as séries, a da Barra começará só com a educação infantil (de 3 a 5 anos) e os primeiros anos do ensino fundamental I.

Equipe e diretor estão sendo contratados — os melhores candidatos serão sabatinados por Lemann. “A gente acredita no desenvolvimento contínuo dos alunos e dos professores”, ressalta Marcio Cohen, responsável pela direção pedagógica das duas unidades. Só para dar uma ideia, trinta viagens internacionais de aprimoramento estão programadas para os mestres e coordenadores de Botafogo. Tudo isso faz parte de um projeto ambicioso de Lemann, o que até soa redundante em se tratando do detentor de uma fortuna de 27 bilhões de reais e de um dos donos da AB InBev, a maior cervejaria do mundo. Com a obsessão de transformar o ensino no país, o financista tem se empenhado pessoalmente no crescimento do grupo Eleva Educação, também mantido pelo fundo Gera, que já reúne 89 unidades das redes de ensino Pensi, Elite, Coleguium, Alfa e Nota 10, num total de 50 000 alunos. A Cultura Inglesa e, mais recentemente, a escola de educação infantil Os Batutinhas, em Ipanema, foram igualmente incorporadas ao conglomerado. A julgar pela obstinação do empresário, que abriu espaço em sua concorrida agenda para dar uma palestra aos estudantes da unidade de Botafogo, no último dia 23, a expansão da Escola Eleva não deve parar na Barra. A experiência carioca tem tudo para ganhar filiais em outras cidades.

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