Integrante da banda Planet Hemp, nos anos 90, quando ainda era conhecido como Zé Gonzalez, o DJ mudou-se para Los Angeles no começo da década seguinte e fez bela carreira. Dividiu suas batidas musicais com nomes de peso do hip-hop, como os nova-iorquinos da banda Beastie Boys e a inglesa M.I.A., lotou boates e gravou o CD The Spirit of Apollo, ao lado do parceiro americano Squeak E. Depois de tocar na tenda eletrônica do Rock in Rio 4, no ano passado, Zegon volta à cidade para se apresentar na Rio Music Conference, na segunda (20).
Marcelo D2 foi assunto de página inteira no The New York Times. Qual é a sua opinião sobre a carreira internacional do seu colega nos tempos de Planet Hemp? Ele continua sendo um grande amigo e é o único cara que consegue dar brasilidade ao rap. A maioria pega a fórmula americana e reproduz, ele não. Agora, entrar no mercado americano é outra história, é muito fechado. Até o rap em espanhol, muito presente por aqui, entra na prateleira dos latinos. De forma alguma quero diminuir o trabalho dele, mas o que acontece é que os artistas brasileiros acabam tocando para a comunidade brasileira.
Terminada a turnê do último CD, quais são os planos para 2012? Vou lançar o DVD com os bastidores da turnê. Rodamos o mundo ao longo de dois anos. O filme foi exibido no Festival de Sundance e o disco deve ser lançado no verão americano e europeu. Tem cenas com o Tom Waits e uma sequência incrível com o Kanye West, num festival de rock na Irlanda. Após cantar no palco principal, ele passou na tenda onde eu estava tocando e começou a cantar em cima das bases. O público foi ao delírio.
Você conhece mais detalhes sobre um projeto que o rapper Kanye West anunciou recentemente, batizado 2016 Olympics? Este é o ano dos jogos olímpicos no Rio. Ouvi dizer que ele estava bêbado, entrou no twitter e inventou um monte de projetos inexistentes, incluindo uma faculdade de artes com o Spike Jonze, diretor de cinema que é irmão do meu parceiro Squeak E.