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Empresário Orlando Diniz é preso em operação policial

Presidente da Fecomércio-RJ foi detido sob a acusação de participar do esquema de lavagem de dinheiro do ex-governador Sérgio Cabral

Por Redação Veja Rio
Atualizado em 23 fev 2018, 12h43 - Publicado em 23 fev 2018, 12h41
A imagem mostra o presidente da Fecomercio, Orlando DIniz, escoltado por duas policiais federais, ao ser preso
Orlando Diniz é preso pela Polícia Federal, 23/02/2018 (Paulo Nicolella/Agência O Globo)

O presidente da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), Orlando Diniz, foi preso na manhã desta sexta (23) por agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal no apartamento do seu pai, no bairro do Leblon, Zona Sul do Rio, na Operação Jabuti, nova etapa da Calicute. Diniz é acusado de fazer parte de um esquema de lavagem de dinheiro mantido pelo ex-governador Sérgio Cabral, preso em um desdobramento das investigações da Operação Lava Jato.

O mandado de prisão preventiva, ou seja, sem prazo de encerrar, foi assinado pelo juiz federal Marcelo Bretas, à frente da Lava Jato, no Rio.  Segundo as investigações internas e do Ministério Público, o empresário teria utilizado o esquema criminoso de Cabral no estado para lavar dinheiro da Fecomércio e teria ainda empregado funcionários fantasmas na organização.

Segundo o MPF, o prejuízo total à entidade está estimado em cerca de 11 milhões de reais. Desse montante, entre 2007 a 2011, Diniz teria lavado cerca de R$ 3 milhões por meio da empresa de consultoria Thunder Assessoria Empresarial, que pertence a ele, em esquema que seria autorizado pelo ex-governador Sérgio Cabral, preso em Curitiba, e que contou com a atuação dos seus operadores Carlos Miranda e Ary Filho. Os dois estão presos.

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O MPF detalha que a lavagem de dinheiro era feita com a assinatura de contratos de prestação de serviços de clipping de notícias e de “comentário conjuntural com a análise dos fatos mais importantes nos setores empresariais selecionados”, que a Thunder prestaria para empresas dos Grupos Dirija e Rubanil. Miranda e Ary Filho repassavam o dinheiro e era emitida nota fiscal “fria”, sem que o serviço tivesse sido realizado. Outros cerca de 8 milhões diriam respeito aos salários pagos aos funcionários que recebiam das organizações sem sequer prestar expediente.

O MPF investiga também a contratação irregular pela Fecomércio do escritório de advocacia de Adriana Ancelmo, esposa de Cabral, já condenada pela 7ª Vara Federal por lavagem de dinheiro. A acusação inclui outros escritórios de advogados, num valor total de R$ 180 milhões.

Acesso a documentos teria sido dificultado

Os procuradores que trabalham na Lava Jato no Rio de Janeiro, Eduardo El Hage, Fabiana Schneider, Felipe Bogado, José Augusto Vagos, Leonardo de Freitas, Marisa Ferrari, Rafael dos Santos, Rodrigo Timóteo, Sérgio Pinel e Stanley Valeriano da Silva indicam que Diniz ainda tem ingerência sobre as entidades e teria sabotado a atual gestão para dificultar o acesso dela aos documentos, com o fechamento de sedes, dispensa de funcionários e fazendo com que conselheiros não fossem a reuniões.

A Operação Jabuti também busca cumprir mandados de prisões temporárias contra Plínio José Freitas Travassos Martins, Marcelo José Salles de Almeida e Marcelo Fernando Novaes Moreira, todos diretores de confiança de Diniz; além de dez ordens de busca e apreensão e dez intimações para investigados prestarem depoimentos.

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