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Empresa que despejou espuma no Guandu é fechada pelo governo do Rio

Burn, que tem vínculos com a marca Limppano, sequer tinha autorização para lançar resíduos no Rio Queimados, afluente do Guandu

Por Da Redação
30 ago 2023, 13h10
Espuma interrompeu por 14 horas o fornecimento de água no Rio de Janeiro
Esgoto: projeto não prevê o tratamento de dejetos industriais como os que deixaram a bacia do Guandu lotada de uma espuma, paralisando o sistema e interrompendo por 14 horas o fornecimento de água no Rio de Janeiro.  (Sindicato dos Trabalhadores do Saneamento e Meio Ambiente do Rio de Janeiro/Divulgação)
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O Governo do estado embargou nesta terça (29) a empresa apontada como responsável pelo lançamento da espuma que causou a interrupção no fornecimento de água na Região Metropolitana do Rio. Segundo o governo, foi a Burn Indústria e Comércio, do Parque Industrial de Queimados, na Baixada Fluminense, a responsável pelo despejo do surfactante usado na produção de detergentes, que interrompeu por 14 horas o fornecimento de água, prejudicando 11 milhões de pessoas. A Polícia Civil também conduz uma investigação criminal a fim de apontar os responsáveis pelo despejo e já intimou os sócios e diretores da empresa para depor.

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Segundo o vice-governador Thiago Pampolha, que também é secretário estadual de Meio Ambiente, a empresa – que tem vínculos com a marca Limppano – nem sequer tinha autorização para lançar resíduos no Rio Queimados, afluente do Guandu, de onde sai a água que abastece a maior parte da Região Metropolitana. O despejo irregular ocorreu, ainda segundo o governo, por meio de galeria pluvial, construída para escoar água da chuva. “Não excluímos outras contribuições [de origem de outras empresas]. Mas sem dúvida houve falta de perícia e desconformidade com os parâmetros ambientais pela Burn. Não admitiremos que esse crime fique impune”, disse Pampolha à Folha de São Paulo.

Em nota enviada pela Limpanno, a Burn afirmou que “não há nenhuma relação entre a sua fábrica de Queimados, na Baixada Fluminense, e a presença de material químico na bacia do Rio Guandu”. “A unidade opera com tecnologia de ponta e de padrão internacional, seguindo os mais rigorosos procedimentos de controle, onde o manuseio da matéria-prima é automatizado e em ambiente de circuito fechado, ou seja, sem qualquer escoamento ou ligação com a rede pluvial”, diz a nota, acrescentando que a empresa tem todas as licenças necessárias e dá destinação ambientalmente correta a seus resíduos, estando sob monitoramento e controle permanentes dos órgãos ambientais competentes. “A empresa também contratou laboratório especializado para coleta e análise da água e está colaborando com as investigações, à disposição das autoridades”, conclui o comunicado.

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A espuma interrompeu fornecimento de água das 5h às 19h30 de segunda (28), quando análises laboratoriais indicaram a ausência de risco na qualidade do líquido. O sistema só voltou a funcionar em plena capacidade às 4h17 desta terça (29). A normalização do abastecimento em regiões mais altas ou afastadas da estação deve ocorrer somente na quinta (31). Além da capital, foram atingidos pelo desabastecimento os municípios de Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo e Queimados.

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