Empregos gerados por microempresas no Rio crescem 421%
Com crescimento comparado ao índice de dezembro de 2019, o resultado é o melhor alcançado desde a série histórica iniciada em 2007
As micro e pequenas empresas fluminenses responderam pela criação de 7 200 postos formais de trabalho em dezembro do ano passado, mostrando aumento de 421% em relação ao igual mês em 2019.
Segundo destacou na quarta (17), em entrevista à Agência Brasil, a economista e analista do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio de Janeiro (Sebrae RJ) Simone Moura, esse foi o melhor resultado alcançado pelo estado na geração de empregos formais em toda a série histórica iniciada em 2007.
O aumento ocorreu pelo segundo mês consecutivo, de acordo com pesquisa divulgada pelo Sebrae RJ, com base nos dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).
No segundo semestre de 2020, as micro e pequenas empresas geraram mais de 68 000 empregos formais, recuperando 79% das vagas perdidas nos seis primeiros meses do ano. Simone advertiu, entretanto, que os números registrados no mercado de trabalho não conseguiram recuperar totalmente as vagas perdidas entre janeiro e junho, cujo saldo negativo, só de MPEs, foi de 82 cargos.
O balanço de 2020 revela que as MPEs fluminenses fecharam mais de 16 000 postos de trabalho, enquanto as médias e grandes empresas encerraram mais de 105 000 empregos formais no período. Na análise da economista, com a redução do isolamento social e a regularização das atividades, os empregos tendem a crescer.
Simone destacou que sempre no início de cada ano há um movimento atípico. “Geralmente de saldo negativo de empregos. Como dezembro surpreendeu, pode ser que tenhamos surpresas positivas nos próximos meses”. Segundo a analista do Sebrae RJ, a vacinação da população contra a covid-19 ajuda a tornar o cenário mais positivo para os próximos meses.
Empreendedorismo
A economista destacou que os pequenos negócios movimentam a economia e que é preciso que as empresas voltem a funcionar para que o mercado consumidor também retorne à sua normalidade. Segundo ela, atenção especial deve ser dada às atividades de serviços, muito importantes para o estado e que foram bastante afetadas pela pandemia do novo coronavírus, em especial o turismo. “O comércio pode funcionar digital, fazer vendas online. Para as empresas de serviços, é mais complicado trabalhar à distância.”
+ Covid-19: imunidade pós-vacina pode demorar semanas, dizem especialistas
No ano passado, a pandemia estimulou o crescimento da taxa de empreendedorismo no Rio de Janeiro.. O número de empresas abertas foi de 330 600 novos pequenos negócios, expansão de 8% em comparação com 2019. Entre as empresas abertas em 2020, o grande destaque são os microempreendedores individuais (MEIs).
Foram registrados 286 300 novos MEIs, o que significa incremento de 10% sobre o ano anterior. “Isso pode ser um reflexo também do número de vagas que foram perdidas. As pessoas estão encontrando no empreendedorismo uma forma de se realocar no mercado de trabalho.”
+ Novo zoológico do Rio vai abrir as portas no dia 22 de março
Empresas de pequeno porte também tiveram um aumento de 10% em comparação com 2019, mostra a pesquisa.
As micro e pequenas empresas de 51 municípios apresentaram saldo líquido de emprego positivo no ano passado, revela o levantamento do Sebrae. Os destaques são Duque de Caxias, com 2 600 novas vagas, Nova Iguaçu (1 300), São Gonçalo (942), Campos dos Goytacazes (852) e Maricá (826).
+Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
As micro e pequenas empresas do comércio terminaram o ano com saldo positivo de 4 500 mil empregos formais, ou seja, com carteira assinada. As atividades que mais geraram oportunidades foram comércio varejista de produtos farmacêuticos sem manipulação de fórmulas (2 300 vagas), supermercados (2 100 vagas) e serviços combinados de escritório e apoio administrativo (1 800 vagas).
A maioria das vagas foi para balconista, operador de caixa e repositor de mercadorias, indicou a pesquisa.