Emoção marca primeira noite de desfiles do Grupo Especial na Sapucaí
Homenagens a Arlindo Cruz, no Império Serrano, e a Zeca Pagodinho, na Grande Rio, deram o tom em desfiles caprichados
Enquanto a supermodelo Gisele Bündchen causou um reboliço sem igual em um camarote, assistindo ao desfile e aproveitando para fazer contatos com amigos na pista, as escolas de samba deram um show de energia e comprometimento na Avenida neste domingo (19). Ficou difícil apontar favoritos.
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Podemos dizer que foi uma festa do samba a partir de seus maiores compositores e intérpretes, homenageados pelas escolas que deixaram a melhor impressão. A começar pelo desfile do Império Serrano, que mostrou sua grandeza no retorno ao Grupo Especial, com desfile que uniu técnica, luxo e emoção, no embalo da homenagem a Arlindo Cruz, que desfilou rodeado de amigos em sua cadeira de rodas, e levou muita gente às lágimas na escola e na plateia.
+ Homenageei Zeca Pagodinho bebendo cerveja na Avenida
Depois foi a vez de Zeca Pagodinho, ídolo da mesma geração, esbanjar alegria em carro que contou com chopeira acoplada na Grande Rio, a campeã em 2022. Grande homenageado, Zeca desfilou de copo em punho na escola onde brilhou novamante a estrela da rainha Paolla Oliveira. Após um problema com a fantasia, e dançando com o tapa seios que se mostra tendência na festa, ela foi ovacinada na pista, ao lado do namorado, Diogo Nogueira.
A Mocidade Independente de Padre Miguel abusou dos tons terrosos para exaltar a arte popular de Mestre Vitalino, artesão pernambucano que influenciou gerações de artistas. As alegorias da escola, no entanto, deixaram a desejar, principalmente no quesito acabamento. O desfile da escola da Zona Oeste acabou se mostrando irregular.
Outra atriz que já foi rainha e sabe o que é brilhar na Sapucaí, Juliana Alves surgiu como estrela da Unidos da Tijuca, representando na comissão de frente uma iemanjá em alegoria de mar que produziu efeito inédito: a escola apagou as luzes do Sambódromo para acender as luzes azuis ao redor da musa. A escola teve alguns problemas em evolução e foi muito prejudicada por um vazamento de água na pista. O fato gerou reclamações de uma das porta-bandeiras da agremiação. Outro fato negativo foi uma alegoria que bateu num viaduto próximo à concentração e entrou na Avenida com um farol da Barra “inclinado”.
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O Salgueiro teve como grande destaque, literalmente, o carro alegórico de 95 metros de comprimento e até 16 metros de altura, dividido em três partes e com direito a chafariz real. A ousadia teve seu preço e a escola sofreu na entrada do carro. Integrantes passaram momentos de aperto e acabaram conseguindo, mas a dificuldade nas manobras provocou um grande buraco na escola, entre os setores 1 e 3.
Para fechar a noite – ou melhor, a madrugada – a Mangueira encantou o público da Sapucaí com um enredo sobre a África, a Bahia e o poder feminino. Já amanhecia quando a Verde e Rosa terminou o desfile, mostrando que o nível da primeira noite de desfiles pós-pandemia foi alto e a disputa, certamente, será acirrada.
Na noite desta segunda (20), a partir das 22h, Paraíso do Tuiuti, Portela, Vila Isabel, Imperatriz Leopoldinense, Beija-Flor e Viradouro entram na Avenida.