Crime ambiental: em três anos, milicianos desmatam o equivalente a duas Urcas

Secretaria municipal de Meio Ambiente impõe perdas de R$ 375 milhões ao mercado de construções em áreas protegidas. Fiscais fizeram 70 operações em 2021

Por Paula Autran
Atualizado em 26 out 2021, 12h26 - Publicado em 26 out 2021, 12h24
A imagem mostra fiscais observando a demolição de construção irregular em área de proteção ambiental
Fiscalização reforçada: desde janeiro, prefeitura realizou 70 operações para coibir crimes ambientais no Rio (Secretaria municipal de Meio Ambiente/Divulgação)
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A lista de crimes envolvendo a milícia no Rio também inclui infrações às leis ambientais. Segundo a Secretaria municipal de Meio Ambiente, nos últimos três anos (de janeiro de 2017 a janeiro de 2020), a falta de rigor nas fiscalizações permitiu que 497 hectares de áreas verdes – o equivalente a duas vezes a área da Urca – fossem afetados pelo desmatamento irregular feito por esses criminosos. Após “limpar” os terrenos, eles constroem loteamentos milionários.

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Desde o início do ano, a secretaria já realizou 70 operações para coibir crimes ambientais em toda a capital. As ações, da Coordenadoria de Defesa Ambiental municipal, resultaram na demolição de 144 estruturas comerciais e residenciais exploradas por grupos criminosos.

Imagem aérea mostra carros da fiscalização em grande área desmatada
Com auxílio de drones e helicóptero, houve aumento de mais de 2.700% no número de estruturas demolidas em 2020. (Secretaria municipal de Meio Ambiente/Divulgação)

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Na maior operação, em 23 de setembro, um megacondomínio foi desmantelado a apenas cem metros do Parque Estadual da Pedra Branca. O Viva Verde Residencial, no Rio da Prata de Campo Grande, estava sendo construído em um terreno de 135 mil metros quadrados, o equivalente a 16 campos de futebol. Pelos calculos da secretaria, os milicianos iriam lucrar com mais de R$ 47 milhões somente com este empreendimento.

A secretaria – que desde o início desta gestão passou a utilizar drones e um helicóptero para mapear as irregularidades – calcula que as ações de fiscalização impuseram prejuízos que somam R$ 374,28 milhões a esses grupos. Os bairros de Campo Grande, Guaratiba e Vargens lideram o ranking das demolições (47%). Em relação a 2020, houve aumento de mais de 2.700% no número de estruturas demolidas. A meta é consolidar os 3.400 hectares de reflorestamento, conquistados nos últimos 35 anos, e avançar com plantios em mais 1.206 hectares até 2030.

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“Nossa mensagem, desde o início da gestão, é: não invistam seus recursos em imóveis em áreas de preservação ambiental. Vamos prosseguir com as operações, sempre com conjunto com a Polícia Militar e o Ministério Público Estadual”, diz o secretário municipal de Meio Ambiente, Eduardo
Cavaliere.

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