“É muito gratificante ver os resultados”
Douglas Ruas, secretário estadual das Cidades, fala sobre os principais programas da pasta, responsável por apoiar os municípios fluminenses
Criada em 2023, a Secretaria Estadual das Cidades é liderada por Douglas Ruas dos Santos, 36 anos, filho do prefeito de São Gonçalo, Nelson Ruas dos Santos, mais conhecido como Capitão Nelson. Bacharel em Direito, pós-graduado em Gestão Pública e servidor da Polícia Civil, Douglas acumula anos de experiência na gestão pública, tendo passado pela Subsecretaria de Trabalho e pela Secretaria de Gestão Integrada e Projetos Especiais em São Gonçalo. Eleito deputado estadual em 2022 com quase 176 000 votos — o segundo mais votado do Rio — voltou sua atenção a temas como defesa do consumidor, dos servidores e dos interesses da população de São Gonçalo. Em bate-papo com VEJA RIO, o secretário detalha a função da secretaria na interação do Estado com os municípios, os principais projetos em andamento e o legado que pretende deixar à frente da pasta.
Como surgiu o convite para comandar a Secretaria de Estado das Cidades? Meu primeiro contato com o serviço público foi como inspetor da Polícia Civil, em 2013. Depois, a partir de 2017, eu assumi cargos de gestão na Prefeitura de São Gonçalo, me especializei em gestão pública e também atuei no INEA. Em 2022, me elegi deputado estadual e, no ano seguinte, o governador Cláudio Castro me convidou para liderar a nova secretaria, para aproximar o governo estadual dos municípios fluminenses.
Qual é o principal papel desta recente secretaria dentro do governo estadual? A pasta nasceu da necessidade de articular o Estado com os municípios, especialmente os que têm menor capacidade de investimento — muitas vezes apenas 3% ou 4% do orçamento. Nosso objetivo é manter sempre o diálogo com as prefeituras e apoiá-las na execução de obras e projetos que, sozinhas, dificilmente conseguiriam realizar. Eu também presido o Conselho Estadual das Cidades e estivemos à frente da Conferência Estadual das Cidades, que foi um grande sucesso — cerca de 1.500 participantes por dia — ajudando na formulação de políticas para o desenvolvimento municipal.
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O programa Governo Presente nas Cidades é considerado o carro-chefe da secretaria. Como ele funciona? Os municípios apresentam seus projetos, que passam por análise de um comitê gestor. Quando aprovados, o Estado faz a licitação e executa as obras em parceria com as prefeituras. Já entregamos diversas intervenções com retorno muito positivo, como, por exemplo, a duplicação da Ponte Engenheiro Ivan Mundim, em Macaé, que liga a Barra de Macaé ao Centro. A obra reduziu em cerca de 40 minutos por trecho o tempo de deslocamento dos moradores.
O apoio aos municípios vai além da execução das obras? Sim. Muitos prefeitos que assumiram em 2025 enfrentam dificuldades técnicas para elaborar projetos, alguns contando com pouquíssimos profissionais. Por isso, a Subsecretaria de Projetos de Engenharia ajuda na elaboração das propostas, garantindo que os investimentos cheguem efetivamente. Em algumas cidades do interior, as únicas obras em andamento são da Secretaria das Cidades, mostrando o impacto real do nosso trabalho.
Quais projetos recentes se destacam entre as ações da secretaria? Um deles é o MUVI, em São Gonçalo, um corredor viário de 18 quilômetros, que ganhou mais de R$ 300 milhões em investimentos. A conclusão total deve ocorrer até o segundo bimestre do próximo ano. O projeto inclui ampliação das faixas, construção de ciclovia e requalificação do espaço urbano, com reassentamento de famílias que moravam nessas áreas. Nos trechos entregues, a população já usa a ciclovia e percebe melhorias na mobilidade local. São Gonçalo também ganhará o Parque RJ, ocupando a área do antigo Piscinão, que terá equipamentos esportivos, área infantil, parcão para pets, além de uma concha acústica para eventos culturais e uma piscina de cascatas. Temos mais projetos de parques semelhantes avançando também em Volta Redonda, Magé e São João de Meriti.
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Há iniciativas parecidas de mobilidade e urbanização ocorrendo em outras cidades? Sim. Em Itaboraí, estamos revitalizando toda a Avenida 22 de Maio, com drenagem, ciclovia, praças e novas calçadas acessíveis — mais de 50% da obra já está concluída. Em Cachoeiras de Macacu, entregamos um pacote de investimentos de R$ 49 milhões, que contemplou mais de 80 ruas da cidade e agora começamos pavimentação e drenagem no bairro Expansão B, que não tinha infraestrutura básica. Temos realizado também um programa de recuperação de vias, que tem avançado por todo o estado, contemplando ruas que já foram asfaltadas, mas estão com o pavimento comprometido. Removemos o asfalto deteriorado, aplicamos nova camada, refazemos a sinalização e recuperamos calçadas.
Como a secretaria garante que a comunidade participe das obras? Temos o programa Obra Cidadã, gerido pela Superintendência de Gestão de Impacto Social, para humanizar a relação entre poder público e população. Os assistentes sociais atuam junto às comunidades antes, durante e depois das obras, explicando o cronograma, impactos e benefícios de cada intervenção. Eles vão de casa em casa, entregam materiais explicativos e conversam sobre o que será feito, mostrando que o investimento é público e que a comunidade deve se apropriar e cuidar do espaço.
Qual marca o senhor quer deixar à frente da secretaria? Quero ser lembrado por ter reconhecido as dificuldades dos municípios e tratado cada demanda com respeito e dedicação. É muito gratificante voltar às cidades para ver os resultados dos projetos e ouvir dos moradores que as enchentes diminuíram, que as calçadas foram arrumadas e que as crianças podem brincar na rua com mais segurança e iluminação de qualidade.
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