Disco Os Afro-Sambas, de Baden e Vinicius, é dissecado em documentário
"É um produto carioca com inspiração baiana”, define o diretor do filme, Emilio Domingos

Em janeiro de 1966, uma enchente provocou mais de duzentas mortes e deixou cerca de 50 000 pessoas desabrigadas na cidade. Naqueles dias, dois cariocas trancados num apartamento no Parque Guinle também fizeram história, só que no melhor sentido: daquele encontro saiu Os Afro-Sambas, icônico disco que uniu o então jovem Baden Powell, que morava em São Cristóvão, e o já cinquentão Vinicius de Moraes, o anfitrião.
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Gravado num estúdio na Lapa, o LP ocupa o 29º lugar na lista da Rolling Stone dos 100 Maiores Álbuns Brasileiros. “Não foi um sucesso de vendas, mas até hoje exerce influência em várias gerações de músicos”, diz Emílio Domingos, diretor do documentário Os Afro-Sambas: O Brasil de Baden e Vinicius, que acaba de chegar à HBO Max.

A herança da obra, que integrou a percussão à MPB, pode ser percebida no trabalho de artistas como Maria Bethânia e Marcelo D2, que sampleou a icônica Canto de Ossanha. “A mistura entre as zonas Norte e Sul deu liga. É um produto carioca com inspiração baiana”, classifica o cineasta, observando como o genial violonista misturou o que encontrou nos terreiros de candomblé e na capoeira em Salvador ao canto gregoriano do Mosteiro de São Bento, no Centro do Rio.
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