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Diretora do Flamengo vai responder por xenofobia na Justiça Federal

Responsável pela área de Responsabilidade Social e casada com o presidente do clube, Ângela Machado comparou nordestinos a carrapatos

Por Da Redação
14 jun 2023, 16h13

A diretora de Responsabilidade Social do Flamengo, Ângela Rollemberg Santana Landim Machado, vai responder pelo crime de xenofobia. A Justiça Federal aceitou nesta terça (13) a denúncia contra ela, que é casada com o presidente do clube, Rodolfo Landim, e, após as eleições de 2022, comparou os nordestinos a carrapatos em post em suas redes sociais.

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Em seu perfil do Instagram, Ângela, que nasceu em Aracaju (Sergipe), demonstrava apoio a Jair Bolsonaro (PL) e chegou a fazer campanha para o ex-presidente depois da conquista da Libertadores de 2022, em Guayaquil. Em um post ao lado de Rodinei, ela fez o sinal com o 22, número de Bolsonaro na eleição, e escreveu: “Vencemos uma. Falta a outra”. No pleito, Lula teve 69,34% dos votos na região Nordeste, o que motivou novo post: “Ganhamos onde se produz, perdemos onde se passa férias”. Na sequência da mensagem, ela ussa um apelido dado aos eleitores de Bolsonaro para atacar os nordestinos: “Se o gado morrer, o carrapato passa fome“. Dias depois, ela voltou às redes para se desculpar: “Peço desculpas pelo meu erro, reconheço e respeito o processo democrático e o resultado das urnas. E torço para que o próximo governo tenha êxito pelo bem do nosso país, independente de qualquer ideologia. Peço desculpas também ao povo nordestino, aos sergipanos e a todos que, de alguma forma, feri com meus atos. E, inclusive minha família, com quem me desculpei diretamente”. Na mesma época, Landim disse ao portal Globo Esporte que os ataques feitos por sua mulher aos nordestinos eram um “desabafo”. Disse ainda que ela tinha “o direito de se posicionar”.

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A ação criminal desta terça (13) foi analisada pelo juiz Marcelo Luzio Marques Araújo, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Por meio de seus advogados, Ângela declarou na época da denúncia que não teve a intenção de ofender, que é natural do estado de Sergipe e que viveu por quase 30 anos no Nordeste. O MPF considera, porém, que as afirmações e o pedido de desculpas não a eximem de responsabilidade e tampouco satisfazem o dever de plena e integral reparação, tendo em vista a repulsa que as declarações provocaram e a reprovabilidade da conduta. Os procuradores consideram que a mensagem, que comparou nordestinos a parasitas constitui ofensa à dignidade e à honra, na medida em que buscou desumanizar e inferiorizar os nordestinos. “Depois de disparado o discurso discriminatório e produzido seus efeitos, não basta pedir desculpas, pois a reparação precisa ser plena e integral. De antemão, é necessário de pronto enfatizar que processo judicial deve ser instrumento de efetiva proteção dos direitos fundamentais e não palco para naturalização de atitudes racistas ou discriminatórias”, afirmam os autores da ação.

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