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Crimes no Discord: como agiam adolescentes apreendidos pela Polícia Civil

Dois menores de 14 e 17 anos suspeitos de usar a rede para violência sexual, estímulo à automutilação e ao suicídio foram apreendidos pela Polícia Civil

Por Da Redação
27 jun 2023, 12h39

Dois adolescentes de 14 e 17 anos apontados como responsáveis por praticar estupros e induzir meninas à automutilação e ao suicídio na plataforma Discord foram apreendidos nesta terça (27) por agentes da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV). Os policiais descobriram que os menores usavam três servidores da plataforma, que oferece a comunicação com o suporte de mensagens de texto, voz e chamadas de vídeo, para cometerem atos de extrema violência contra animais e adolescentes. Eles ainda divulgavam pedofilia, zoofilia e faziam apologia ao racismo, nazismo e misoginia. Segundo a Polícia, o adolescente de 17 anos era um dos principais líderes do grupo.

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A ação aconteceu em Pedra de Guaratiba, Zona Oeste, e no município de Volta Redonda, no Sul  Fluminense, e teve como objetivo cumprir mandados de busca e apreensão contra os dois adolescentes. Com eles, foram apreendidos aparelhos eletrônicos e uma máscara. Os alvos da operação são acusados de associação criminosa; induzimento, instigação ou auxílio a suicídio e estupro. As vítimas eram moradoras de várias partes do país e escolhidas no próprio Discord, em perfis abertos nas redes sociais ou mesmo indicadas por integrantes do grupo. Eles conseguiam informações pessoais das meninas e, a partir daí, as chantageavam, afirmando que possuíam fotos comprometedoras que seriam vazadas ou enviadas para os pais, caso não se submetessem às chantagens. Depois da violência em salas no Discord, grupos públicos no aplicativo de mensagens Telegram eram criados posteriormente para publicar os vídeos e expor as vítimas.

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Uma reportagem exibida pelo Fantástico, no domingo (25) mostrou como o aplicativo, que é popular entre adolescentes, é usado para envolver jovens em um submundo de atos violentos e na propagação de ideais de ódio. Técnicas de investigação cibernética foram usadas para apurar os crimes cometidos pelos adolescentes no meio virtual. A chamada Operação “Dark Room” começou em março deste ano, com o compartilhamento de informações entre a Polícia Federal e policiais civis de vários estados do país. os agentes obtiveram provas como vídeos de mutilação e sacrifício de animais que eram parte dos desafios impostos pelos chefes dos grupos como condição para que eles conquistassem “cargos”, que se traduziam em permissões e acesso a funções dentro do grupo.

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As investigações mostraram que adolescentes eram chantageadas e constrangidas a se tornarem escravas sexuais dos chefes destes grupos. Segundo os policiais, eram cometidos “estupros virtuais” que eram transmitidos ao vivo por meio de transmissões ao vivo para todos os integrantes do servidor. Os registros obtidos pelos investigadores mostraram que as menores eram xingadas, humilhadas e obrigadas a se auto-mutilar. Ao comando do responsável pelo grupo, que deveria ser tratado como um “Deus”, ou “dono” delas, eram obrigadas a fazer cortes com navalha nos braços, pernas, seios e genitália. Os outros integrantes do grupo riam e vibravam com a crueldade.

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Em entrevista ao Fantástico, o porta-voz do Discord disse que a plataforma “não tolera comportamento odioso”. “Nós somos um produto gratuito para mais de 150 milhões de usuários ao redor do mundo, e de tempos em tempos, conteúdo mau e comportamento mau vão acontecer. Nós trabalhamos ativamente para remover esse conteúdo”, afirmou.

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